Estrabismo traz Prejuízos Visuais e Psicossociais – Ele afeta de 2 a 4% das Crianças

Desvio ocular não tratado pode aumentar em até 10 vezes risco de desenvolver depressão e ansiedade ao longo da vida

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O estrabismo é uma condição oftalmológica em que há desalinhamento do eixo ocular. Para além de interferir na visão, o desvio do olho traz inúmeros impactos psicossociais.

De acordo com um estudo, pacientes com estrabismo (adultos e crianças) possuem um risco 10 vezes maior de desenvolver depressão e ansiedade. Há também uma forte relação do estrabismo com o desenvolvimento de fobia social, baixa autoestima e problemas nas interações sociais.

Em crianças, o estrabismo pode causar dificuldades na velocidade da leitura, na realização de cálculos e para desenhar com traços mais precisos. Já na vida adulta, há um impacto importante na autoimagem, nos relacionamentos interpessoais e na empregabilidade.


Estrabismo afeta de 2 a 4% das crianças

Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, na maioria dos casos, a condição se desenvolve nos primeiros anos de vida. Há desvios bastante evidentes, como o estrabismo congênito, presente desde o nascimento.

“Outros desvios podem passar despercebidos pelos pais, como o estrabismo divergente intermitente. Nesse tipo de desalinhamento, ora o olho está alinhado e ora desalinhado. Por essa razão, o diagnóstico costuma ocorrer um pouco mais tarde”, explica a médica. 

Cirurgia de estrabismo é restauradora 

O tratamento padrão para o estrabismo é a cirurgia de correção do desvio. A única exceção é o estrabismo acomodativo, causado pela hipermetropia, que é solucionado com o uso de óculos.

Sobre a cirurgia, Dra. Marcela reforça que é crucial esclarecer que a correção do desvio ocular é restauradora, ou seja, não é uma questão de estética. “Uma cirurgia cosmética é aquela que muda uma estrutura normal. A cirurgia restauradora é aquela que muda uma condição anormal para normal ou muito próxima do normal”

Correção do estrabismo na infância

“O estrabismo congênito causa mais prejuízos na visão. Por esse motivo, em muitos casos a cirurgia é realizada antes do primeiro ano de vida. Nos outros tipos de estrabismo, como o divergente intermitente, é possível esperar um pouco mais, até por volta dos 4 anos. De qualquer maneira, a cirurgia deve ser realizada, preferencialmente, antes dos 7 anos.”, aponta Dra. Marcela.

Contudo, vale lembrar que a cirurgia de estrabismo pode ser feita em qualquer idade, inclusive na vida adulta. “As evidências científicas apontam que a correção do desvio ocular em adultos reduz ou elimina sintomas, melhora a capacidade de fusão das imagens, melhora o campo visual, bem como traz ganhos psicossociais importantes”, finaliza a oftalmologista.

Fonte: Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo

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