Semana Mundial do Aleitamento Materno destaca os Benefícios para a Saúde de crianças e Mães

 O aleitamento materno é essencial para a saúde infantil, reduzindo riscos de doenças e fortalecendo o sistema imunológico. Dados da UFRJ mostram que as taxas de aleitamento vêm crescendo no Brasil

Ao longo dos anos, inúmeras pesquisas têm comprovado sua importância para a saúde e bem-estar tanto das crianças quanto das mães. No período de 1º a 7 de agosto, é celebrada a Semana Mundial do Aleitamento Materno, um momento crucial para conscientizar a sociedade sobre os inúmeros benefícios que essa prática oferece.

A amamentação é essencial para o desenvolvimento saudável das crianças nos primeiros anos de vida. O leite materno é uma verdadeira fonte de nutrientes, contendo anticorpos, vitaminas e minerais que fortalecem o sistema imunológico do bebê, protegendo-o contra infecções e doenças.

Estudos mostram que crianças amamentadas têm menor incidência de diarreia, infecções respiratórias, alergias e até mesmo riscos reduzidos de desenvolver obesidade e doenças crônicas na vida adulta. Além dos benefícios para a saúde infantil, o aleitamento materno também é fundamental para as mães.

Durante a amamentação, a liberação de hormônios como a ocitocina ajuda o útero a voltar ao tamanho normal após o parto, auxiliando na recuperação pós-parto. Além disso, amamentar pode reduzir o risco de algumas doenças, como o câncer de mama e de ovário.

No Brasil, a campanha do “Agosto Dourado”, instituída em 2017, destaca a importância do leite materno e da amamentação. O uso da cor “dourada” não é a toa: simboliza o padrão ouro de qualidade desse alimento tão essencial.

De acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil mais recente (ENANI-2019), coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e encomendado pelo Ministério da Saúde, as taxas de aleitamento materno vêm crescendo no Brasil.

Metade das crianças brasileiras é amamentada por mais de 1 ano e 4 meses, e quase todas as crianças do país já foram amamentadas em algum momento (96,2%), sendo que dois em cada três bebês são amamentados ainda na primeira hora de vida (62,4%).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam a manutenção do aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais, oferecendo apenas leite do peito até o sexto mês de vida.

AMAMENTAÇÃO E TRABALHO

A Aliança Mundial para a Ação de Aleitamento Materno (WABA) traz, para o ano de 2023, a campanha com o tema “Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham”. As metas são informar sobre as perspectivas dos pais trabalhadores em relação à amamentação e paternidade, incentivando a licença remunerada e o suporte no local de trabalho para facilitar a amamentação.

Pais que trabalham e desejam apoiar a amamentação, algumas dicas podem ser valiosas para garantir o sucesso dessa jornada tão importante. Primeiramente, é essencial criar uma rotina de extração do leite materno durante o período de trabalho, utilizando uma bomba de tirar leite e armazenando adequadamente para oferecer ao bebê posteriormente, o leite que acabou de ser ordenhado poderá ficar em temperatura ambiente por volta dos 25 graus até 4 horas.  

Para auxiliar no dia a dia, é necessário os pais saberem a maneira correta de armazenar o leite materno. Quando armazenado, pode ser mantido tanto na geladeira quanto no freezer. O leite armazenado na geladeira (4°C) deve ficar por até 4 dias. Caso a mãe queira deixar o leite no freezer (-18), o tempo recomendado é de no máximo 6 meses. O ideal é sempre manter o leite separado dos outros alimentos e quando descongelado em temperatura ambiente poderá ser utilizado de uma até duas horas, caso tenha sido na geladeira o tempo a se esperar para uso é de um dia. Recomenda-se que nunca deve ser recongelado o leite que já foi congelado. Em casos de sobras do leite que tenha independente de sua temperatura e forma de descongelamento, deverá ser utilizado dentro de 2 horas.  Para auxiliar e ter mais praticidade no armazenamento do leite, as mamães podem armazenar em sacos próprios para armazenamento de leite materno. Eles são práticos,  já vem esterilizados e são fáceis de transportar. Além disso, possuem local para identificação da data e horário da retirada do leite.

Comunicar ao empregador sobre a necessidade de pausas para a extração é fundamental, garantindo assim um ambiente de trabalho mais favorável.

Além disso, aproveitar ao máximo os momentos de convívio com o bebê fora do horário de trabalho, realizando a amamentação sempre que possível, fortalece os laços afetivos e estimula a produção de leite. É importante também buscar apoio de familiares e amigos, compartilhando as responsabilidades e tornando a amamentação uma experiência compartilhada e reconfortante para todos.

Fonte: Dra. Carolina Curci, ginecologista e obstreta.

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