Até 15% dos Bebês e Crianças têm Chances de Sofrer com a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) 

Dificuldade de ganho de peso e irritabilidade podem ser sinais da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

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Quem tem bebê em casa sabe que uma das maiores preocupações dos pais e cuidadores é o choro excessivo, especialmente quando associado a sintomas como dificuldade de ganho de peso, regurgitações em excesso e irritabilidade. A situação pode ser ainda mais difícil quando há dificuldades em descobrir a causa, ou mesmo entender se aquela situação faz ou não parte do desenvolvimento normal das crianças.

A cólica do lactente e o refluxo fisiológico são condições relativamente comuns, que podem cursar com sintomas como choro e regurgitações (o famoso “golfo”). Embora ainda haja muitos questionamentos relacionados aos motivos que levam a essas condições, sabe-se que as regurgitações estão ligadas a imaturidade do trato gastrointestinal das crianças, e se resolvem espontaneamente ainda no primeiro ano de vida na grande maioria dos casos, sem necessidade de tratamento com medicamentos.

É fundamental, porém, diferenciar o refluxo fisiológico da doença do refluxo gastroesofágico que acontece quando o retorno de conteúdo do estômago para o esôfago leva a sintomas significativos ou até complicações. A doença do refluxo, ao contrário do refluxo fisiológico, pode necessitar de exames para o seu diagnóstico ou acompanhamento, e de tratamento com medicamentos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, de 2 a 15% dos bebês e crianças podem sofrer com a doença. Os sintomas da doença do refluxo podem variar conforme a idade e a gravidade do quadro, e são, de modo geral, diversos e inespecíficos. Os principais sintomas são as regurgitações e os vômitos, podendo haver também perda ou ganho inadequado de peso, irritabilidade, dificuldade de engolir e até mesmo sintomas que acometem o sistema respiratório, como rouquidão e chiado.

“Se o bebê tem critérios para a doença do refluxo gastroesofágico, com sintomas que atrapalham seu crescimento, ganho de peso, a alimentação ou o bem-estar, às vezes pode ser necessário o tratamento. Porém, cada criança deverá ser avaliada pelo seu médico individualmente, pois há diferentes tipos de tratamento e de resposta, e o início de um tratamento para uma criança deve ser feito de forma criteriosa. Além disso, no bebê a maioria dos casos de refluxo é fisiológico e, portanto, não precisam de tratamento farmacológico “, afirma a gastropediatra e gerente médica do Aché Renata Araújo Cavalcante.

O diagnóstico da doença do refluxo, na maioria dos casos, se dá pela análise do quadro clínico do paciente, e especialmente nos bebês mais jovens, deve ser considerado apenas após a exclusão da possibilidade de uma alergia à proteína do leite de vaca (APLV), que pode ser responsável pelos sintomas.

“O tratamento é diferente a depender da faixa etária da criança e pode incluir desde medidas posturais até a adaptação da dieta ou o uso de medicamentos específicos. Os medicamentos mais comumente usados são aqueles que reduzem ou inibem a secreção de ácido pelo estômago. Qualquer orientação deve ser realizada pelo médico que acompanha a criança e sua família”, finaliza a gerente.

Fonte: Gastropediatra e gerente médica do Aché Renata Araújo Cavalcante

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