No dia 03 de junho, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Pé Torto Congênito – uma má formação congênita que envolve os ossos, músculos, tendões e é descoberta durante a gestação.
Essa data foi escolhida pela Ponseti International Association (PIA) em homenagem ao nascimento do Dr. Ignacio Ponseti – criador do método PONSETI UTILIZADO com sucesso para tratar o pé torto.
O Sabará Hospital Infantil, participa junto a ortopedistas pediátricos de outros países, de um protocolo internacional de estudo para reabilitação para crianças com pé torto congênito tratadas após a idade da marcha, desenvolvido pelo Comitê de Reabilitação Ortopédica do SICOT (Sociedade Internacional de Ortopedia e Traumatologia).
História do Pedro
Pedro Ferreira Castro é uma criança de cinco anos com pé torto congênito bilateral recidivado. Ele fez o tratamento quando bebe em outro serviço, usou a órtese de abdução corretamente, mas mesmo assim apresentou recidiva das deformidades.
“Eu descobri na gestação, era suspeita com 12 semanas e confirmou com 16 semanas. Eu não sabia que tinha tratamento, correção, no começo foi um susto mesmo”. Com isso, ele iniciou o tratamento, mas aos 4 anos, os pais perceberam que o Pedro estava andando na ponta do pé.
Foi quando os pais realizaram uma consulta e descobriram que ele precisaria passar novamente por todo o tratamento.
“Eu achei num primeiro momento, que a culpa fosse nossa, em relação ao tratamento. Mas ele teve alta. Então quando chegamos na Dra. Tatiana ela explicou que ele precisava fazer o tratamento novamente, e que não houve nada ERRADO,mas é uma questão de BIOLOGIA que em alguns casos raros, acaba TENDO recidiva”, conta a mãe.
“O Pedro estava andando com os pés para dentro e sem encostar o calcanhar. O caso dele foi desafiador pela sua idade e pelas deformidades. E por isso, ele faz parte de um protocolo de um estudo multicêntrico que está sendo feito por ortopedistas especialistas em pé torto congênito de várias partes do mundo e, tem como objetivo, ajudar a criança na fase de gesso a não perder força muscular e equilíbrio”, explica Dra. Tatiana Guerschman, especialista no Método Ponseti no Brasil e ortopedista do Centro de Excelência do Sabará Hospital Infantil.
A ortopedista pediátrica explica que “o Método Ponseti ,segundo a literatura, apresenta bons resultados em casos de recidiva que ocorrem em pés já tratados após a idade da marcha (dois anos) . Em um paciente de quase 6 anos as deformidades estão mais rígidas, mais estruturadas e a manipulação dos pés e confecção dos gessos é bem mais trabalhosa, MAS TAMBÉM MUITO GRATIFICANTE POIS CONSEGUIMOS RESULTADOS MUITO BONS
Os períodos de imobilização são cerca de 8 semanas com gessos (incluindo o gesso pós tenotomia) seguidos por três meses de uso de órtese continua . Isto em uma criança maior, após a idade da marcha é bem diferente que em um bebê
Observamos uma perda de força muscular e de equilíbrio que não acontece nos bebês. Por isto este protocolo é tão importante.
“Hoje o Pedro tem cinco anos, comparando os dois tratamentos, ele entende mais, porém eu achei ser muito mais difícil. Porque agora ele se comunica, então ele diz que dói, que coça, mas ele compreende que é para o bem dele”, conta a mãe.
O tratamento do Gael evoluiu bem. Já foram feitas as cinco trocas de gessos, tenotomia bilateral no centro cirúrgico do hospital e no momento ele está no uso contínuo da órtese de abdução.
Fonte: Sabará Hospital Infantil localizado na cidade de São Paulo, é referência no atendimento de crianças e adolescentes até 18 anos. É o primeiro Hospital exclusivamente pediátrico a conquistar acreditação pela Joint Comission International (JCI), um selo que assegura sua qualidade assistencial.