5 passos do que fazer para aumentar a chance de gravidez
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Há uma série de exames, para o homem e para a mulher, que são solicitados logo na primeira visita a um médico especialista. Além disso, adequar os hábitos pode ser importante para aumentar as chances de sucesso.
Dados da Organização Mundial de Saúde dão conta que 48 milhões de casais sofrem com infertilidade no mundo, mas existe uma infinidade de fatores que podem causar o problema em homens e mulheres. “De maneira geral, nas mulheres, a principal causa de infertilidade é a idade, pois, devido ao processo de envelhecimento, há uma diminuição natural da quantidade dos óvulos. Já nos homens, a infertilidade está relacionada principalmente a condições como varicocele, que é a dilatação das veias dos testículos, infecções urogenitais e hipogonadismo, ou seja, quando os testículos não produzem quantidades adequadas de testosterona, principal hormônio sexual masculino”, afirma o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Porém, não é apenas a idade e as doenças do sistema reprodutor que causam infertilidade. “Existem até hábitos e costumes do casal que diminuem a chance de gravidez. As causas de infertilidade são bem distribuídas entre o casal, sendo que em 30% dos casos o fator é masculino, 30% é feminino. Em outros 30% os problemas ocorrem tanto no homem quanto na mulher, e em 10% dos casos são desconhecidos”, diz o médico. Abaixo, o especialista conta o que fazer para aumentar a chance de gravidez.
Procure um especialista – Caso o casal perceba que está tendo problemas para engravidar, é importante que ambos consultem um médico especializado. “Como são inúmeras as possíveis causas, o médico fará uma extensa investigação para identificar a real causa do problema, recomendando assim o tratamento adequado. O casal que sonha em ter filhos precisa fazer uma série de exames específicos para ter certeza de que a saúde está adequada para a gravidez e que nenhuma doença poderá interferir nesse processo. O check-up da fertilidade é recomendado logo na primeira consulta da mulher. São solicitados exames básicos, como de sangue (sorologias, glicemia, tipagem sanguínea, exames hormonais e vitaminas), Papanicolau e exames de imagem. A investigação do perfil genético e imunológico do casal também é um fator a se considerar, já que problemas imunológicos detectados por exames clínicos e com tratamento simples ainda são responsáveis por cerca de 20% dos casos de abortos espontâneos. Identificada a causa, o tratamento adequado será orientado pelo médico”, explica o Dr. Rodrigo Rosa.
Abandone os vícios – O cigarro é um dos principais causadores da infertilidade, pois os componentes tóxicos presentes no produto, como a nicotina e o alcatrão, pioram severamente a qualidade reprodutiva. “Nas mulheres, o tabagismo é capaz de favorecer a deterioração dos óvulos, envelhecendo-os em até dez anos e acelerando o início da menopausa, o que é especialmente prejudicial hoje em dia, quando as mulheres estão querendo engravidar cada vez mais velhas. Já nos homens o hábito de fumar diminui a quantidade de espermatozoides e fragmenta o DNA do esperma, reduzindo assim a capacidade de fecundação, além de também contribuir para a perda do apetite sexual e a disfunção erétil”, alerta o especialista. Da mesma forma, também tome cuidado com o consumo de bebidas alcoólicas em excesso. Segundo o Dr. Rodrigo, assim como o cigarro, a ingestão excessiva de álcool também pode interferir na fertilidade, causando, nos homens, a diminuição dos níveis de testosterona com consequente redução na produção e quantidade de esperma, podendo levar também à disfunção erétil. “Já nas mulheres, os efeitos do álcool sobre a fertilidade são pouco esclarecidos, mas sabe-se que, além de reduzir as chances de gravidez, a substância pode permanecer por um certo período no organismo após o consumo e causar problemas durante a gestação, como malformação do feto e síndrome de abstinência no recém-nascido”, completa.
De olho no período fértil – Quando a mulher tem controle dos seus ciclos menstruais, esse é um dos passos mais poderosos para cuidar de sua saúde reprodutiva. “Isso significa conhecer seu corpo – algo que muitas mulheres não fazem até que precisem de seu corpo para uma função específica, como engravidar”, explica o especialista. “É importante a mulher conhecer as mudanças do seu corpo e detectar os dias mais férteis e alguns aplicativos podem auxiliá-la, mas os testes de ovulação de farmácia ainda continuam sendo os mais eficazes na detecção da ovulação. Vale ressaltar também que a ausência de ovulação é responsável por 25% das causas de infertilidade feminina e cerca de 15% de todas as causas”, afirma o Dr. Rodrigo Rosa.
Controle o peso e a alimentação: Além de favorecer o surgimento de doenças como diabetes e hipertensão, que podem causar problemas durante a gestação, a obesidade também possui influência direta sobre a fertilidade. “Nos homens, o excesso de gordura corporal prejudica a produção de testosterona, o que, além de reduzir o apetite sexual e causar dificuldades de ereção, também interfere na qualidade e quantidade de espermas. No geral, quanto maior o sobrepeso, menor é a qualidade, concentração e mobilidade do esperma”, ressalta o especialista. “Já nas mulheres, o peso inadequado também interfere na produção dos hormônios sexuais femininos, principalmente o estrogênio, o que, consequentemente, atrapalha o processo de ovulação. E, nesse caso, não se trata apenas da obesidade, já que mulheres excessivamente magras, como quem sofre de anorexia, também têm menor chance de engravidar, além de possuírem um risco maior de entrar na menopausa precocemente.” Com relação à alimentação para aumentar as chances de sucesso para concepção de um bebê, o médico deixa claro que devemos ficar de olho no nosso prato, afinal o que comemos é responsável por fornecer os nutrientes necessários para que as células funcionem corretamente – e isso também vale quando o assunto é fertilidade. “A falta de vitaminas e minerais, provenientes principalmente de frutas, vegetais e legumes, comprometem o bom funcionamento do organismo e, consequentemente, a fertilidade. Mas, para os casais que desejam engravidar, existem alimentos que auxiliam na produção de hormônios envolvidos na fertilidade, como peixes, ovos e sementes, já que, por serem ricos em nutrientes como ômega-3 e selênio, contam com ácidos graxos responsáveis pelo funcionamento adequado dos órgãos reprodutores”, explica o médico.
Module seu estresse – “Altos níveis de estresse podem tornar as chances de um casal engravidar menores. Isso porque o estresse causa processos fisiológicos que podem interferir na produção de hormônios reprodutivos importantes, além de, no homem, favorecer o surgimento de proteínas inflamatórias que prejudicam a qualidade do esperma”, diz o médico.
Por fim, o médico lembra a fertilidade entra em declínio progressivo ao passar dos anos. “Por isso, é importante que as mulheres que desejam ter filhos em algum momento, mantenham os exames em dia e fiquem atentas as suas reservas ovarianas”, finaliza o especialista.
Fonte: DR. RODRIGO ROSA – Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina.