Diversos estudos mostram o impacto negativo da obesidade na fertilidade do casal. Mulheres com sobrepeso tem cerca de 25% menos chances de engravidar. Já homens obesos apresentam diminuição de até 60% na fertilidade
Casais que desejam ter um filho, mas não conseguem, podem aumentar as chances com alguns cuidados de saúde, dentre eles uma dieta balanceada e um maior controle do peso. “Diversos estudos mostram o impacto negativo da obesidade na fertilidade do casal. Mulheres com sobrepeso têm cerca de 25% menos chances de engravidar e aquelas com obesidade apresentam queda na taxa mensal de gravidez de até 50% em relação às mulheres com a mesma idade e com peso normal. Em relação à obesidade masculina, o impacto pode ser ainda maior. Homens obesos apresentam diminuição de até 60% na fertilidade, pois a obesidade pode ocasionar baixa quantidade e qualidade do sêmen”, afirma o Dr Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. No caso das mulheres, ainda há risco de desenvolver diabetes gestacional durante a gravidez, o que pode causar problemas de saúde ao filho.
O peso inadequado também favorece o surgimento de doenças como diabetes e hipertensão, com influência direta sobre a fertilidade. “Nos homens, o excesso de gordura corporal prejudica a produção de testosterona, o que, além de reduzir o apetite sexual e causar dificuldades de ereção, também interfere na qualidade e quantidade de espermas. No geral, quanto maior o sobrepeso, menor é a qualidade, concentração e mobilidade do esperma”, ressalta o especialista. “Já nas mulheres, o peso inadequado também interfere na produção dos hormônios sexuais femininos, principalmente o estrogênio, o que, consequentemente, atrapalha o processo de ovulação. E, nesse caso, não se trata apenas da obesidade, já que mulheres excessivamente magras, como quem sofre de anorexia, também têm menor chance de engravidar, além de possuírem um risco maior de entrar na menopausa precocemente.”
Para controlar o peso, o ideal é buscar auxílio profissional e começar a praticar exercícios físicos. Mas, além do peso, também é necessário se atentar ao que se come: “A alimentação influencia a maioria dos processos do organismo, afinal, é ela a responsável por fornecer os nutrientes necessários para que as células funcionem corretamente. E isso também vale quando o assunto é fertilidade. A falta de vitaminas e minerais, provenientes principalmente de frutas, vegetais e legumes, comprometem o bom funcionamento do organismo e, consequentemente, a fertilidade. Mas, para os casais que desejam engravidar, existem alimentos que auxiliam na produção de hormônios envolvidos na fertilidade, como peixes, ovos e sementes, já que, por serem ricos em nutrientes como ômega-3 e selênio, contam com ácidos graxos responsáveis pelo funcionamento adequado dos órgãos reprodutores”, explica o médico.
Por fim, segundo o especialista, casais que tentam, mas não conseguem engravidar por um período de um ano devem procurar médicos especialistas em Reprodução Humana para investigar as possíveis causas.
Fonte: DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana