No dia 28 de maio, é celebrado o dia de conscientização sobre as causas e as formas de prevenção na redução da mortalidade materna
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Causas de Mortalidade Materna
Morte materna obstétrica direta: Esta ocorre devido a complicações obstétrico durante a gravidez, parto ou puerpério, e pode ser resultante de intervenções inadequadas, omissões ou tratamentos incorretos. No Brasil, as principais causas diretas de morte materna são:
- Síndromes hipertensivas (30%)
- Hemorragias
- Infecções puerperais
- Complicações do aborto
- As causas diretas representam 66% das mortes maternas no país.
Morte materna obstétrica indireta: Resulta de doenças preexistentes ou desenvolvidas durante a gravidez, não diretamente ligadas a causas obstétricas, mas agravadas pela gestação. As cardiopatias são as mais comuns nesse grupo, responsáveis por cerca de 27% da mortalidade materna indireta.
Dados Alarmantes
Anualmente, 55 mulheres morrem a cada 100.000 nascidos vivos no Brasil. Em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, o país comprometeu-se a reduzir essa taxa para, no máximo, 30 mortes a cada 100.000 nascidos vivos até 2030.
Fatores de Risco e Prevenção
Segundo a Dra. Maria Alayde Rivera, Cardiologista e Coordenadora do Departamento de Mulher da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, as “cardiopatias na gestação, as doenças cardíacas, como valvopatias, cardiomiopatias, arritmias e cardiopatias isquêmicas, afetam de 1% a 4% das gestações e podem contribuir para até 27% da mortalidade materna indireta. O acompanhamento cardiológico durante a gestação e o puerpério é crucial para reduzir essa mortalidade”.
Aumento de Fatores de Risco: Nos últimos anos, houve um aumento nas arritmias e na mortalidade materna devido ao aumento de fatores de risco como:
- Hipertensão, diabetes e obesidade nas gestantes;
- Idade mais avançada das gestantes;
- Da frequência de mulheres com cardiopatias congênitas que chegam à idade fértil;
- Fibrilação Atrial: Esta é a arritmia sustentada mais frequentemente diagnosticada na gestação, presente em 27 a cada 100.000 internações por gestação/parto. O diagnóstico e manejo adequado de arritmias podem reduzir complicações maternas e fetais, como parto prematuro, hemorragias e infecções pós-parto.
Recomendações para Gestantes com Problemas Cardiovasculares
Gestantes com arritmias que necessitam de anticoagulação devem receber orientações específicas, pois alguns anticoagulantes são contraindicados durante toda a gestação, enquanto outros devem ser evitados no primeiro trimestre para prevenir malformações fetais.
Mulheres com cardiopatias, incluindo arritmias, terão menos complicações no parto e puerpério se receberem orientações específicas antes da gestação e acompanhamento por profissionais especializados durante toda a gravidez.
O dia 28 de maio visa educar e informar sobre as medidas preventivas e tratamentos necessários para reduzir a mortalidade materna no Brasil, enfatizando a importância dos cuidados.
Fonte: Dra. Maria Alayde Rivera, Cardiologista e Coordenadora do Departamento de Mulher da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíaca