Live da Associação Brasileira de epilepsia reuniu médicos e pacientes para discutir cuidados, riscos e alguns mitos sobre amamentação, transmissão e como lidar com o tema em família
A epilepsia é uma doença que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo. A falta de conhecimento sobre o assunto pode resultar em preocupações e incertezas, especialmente durante a maternidade. Com o objetivo de esclarecer e oferecer informações essenciais, especialistas médicos e mães que têm a doença estiveram reunidos em live organizada pela Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) para responder as principais dúvidas sobre epilepsia e maternidade.
Participaram do bate-papo a Dra. Daniela Bezerra, a neuropsicóloga Nívia Colin e a convidada Patrícia Motta, que é mãe e tem epilepsia. Em pouco mais de uma hora, elas mesclaram o conhecimento técnico e científico com as experiências de quem enfrenta a situação. Entre os principais pontos discutidos, estão:
Epilepsia e gravidez: Muitas mulheres questionam se é seguro engravidar tendo a doença. As especialistas garantem que, com o devido acompanhamento médico, a maioria das mulheres com epilepsia pode ter uma gravidez saudável. A chave está em ajustar os medicamentos e monitorar de perto a condição durante a gestação.
Riscos para o bebê: Preocupações sobre os possíveis efeitos da epilepsia e dos medicamentos antiepilépticos no desenvolvimento do bebê são comuns. “ o uso tem que ser conversado com um médito. Em alguns casos, pode ser que a mãe consiga usar de forma segura, minimizando os riscos para o bebê”, aponta a Dra. Daniela. A supervisão contínua de profissionais como neurologistas e ginecologistas é crucial para garantir a saúde tanto da mãe quanto do filho.
Amamentação e medicação: Mães que amamentam podem ter preocupações sobre a amamentação enquanto tomam medicamentos antiepilépticos. Isso varia de acordo com cada gestação. Muitos desses medicamentos são compatíveis com a amamentação, mas tem que ser analisado a gravidade de cada caso, escolha certa do medicamento e o monitoramento para que seja realizado de forma segura para mãe e filho. “Eu não tive problemas para amamentar pós-parto, mas o acompanhamento médico foi fundamental para isso”, afirma a convidada.
Como conduzir a educação: Segundo relatos que foram compartilhados com a ABE, existem mães que possuem o receio de assumir para os filhos que tem epilepsia com o intuito de protegê-los. “Apesar de ser uma responsabilidade muito grande para uma criança, é importante educar o filho aos poucos sobre como funciona a epilepsia e como agir em uma eventual situação de tensão”, afirma a Dra. Daniela.
Medo de transmissão: Outro mito comum é a ideia de que se os pais têm a doença os filhos também terão. É certo que, se a família possui um histórico de epilepsia, as chances aumentam, mas não é possível determinar uma porcentagem para isso, pois depende de diversos fatores como o nível de crise epilética que a família carrega.
Este conjunto de respostas apurado pela Associação Brasileira de Epilepsia, visa oferecer tranquilidade e informações embasadas para as mulheres que vivem ou pretendem viver a maternidade enquanto enfrentam a epilepsia. “É preciso valorizar o fato de ter epilepsia e conseguir manter o sonho da maternidade, isso é o ponto chave que vem desde a concepção de querer engravidar”, afirma a Dra. Daniela. O acompanhamento médico contínuo e a comunicação aberta com os profissionais de saúde são fundamentais para garantir uma experiência positiva durante esse período tão especial.
Fonte: ABE é uma Associação sem fins lucrativos que se estabeleceu como organização para divulgar conhecimentos acerca dos tipos de epilepsia, disposta a promover a melhora da qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença. Integra o International Bureau for Epilepsy e é composta por pessoas que têm epilepsia, familiares, neurologistas, nutricionistas, advogados, assistentes sociais, pesquisadores e outros profissionais. .