Como enfrentar a separação do bebê após o fim da licença-maternidade
Com a aproximação do fim da licença-maternidade, muitas mamães começam a se angustiar profundamente e a se sentirem culpadas por terem que deixar seus bebês, como se estivessem abandonando-os.
Antes de tudo, ambos, mãe e filho, independente do tempo de vida que ele possua, devem ser preparados para as mudanças que se iniciarão.
A família deverá tomar decisões importantíssimas, como: se o bebê irá para um berçário ou creche, se ficará com parentes ou alguém próximo e de confiança ou se contratará uma babá. Seja qual for a opção desejada, haverá entrevistas, busca de informações e visitas a serem realizadas.
Todo esse empreendimento, de alguma forma, colaborará para a preparação materna quanto à separação. É aqui que entra a necessidade de se conversar com a criança sobre o que ocorrerá, pois não pode ser pega de surpresa. Mais uma vez, deve-se esclarecer que, mesmo que ainda não tenha o domínio da fala, ao nascer, o bebê já vem programado para essa capacidade e, com o tempo, dará sentido às palavras ouvidas. Além do que, também é um exercício para o diálogo futuro.
Experimente conversar com seu bebê e perceba como ele presta a máxima atenção, como se estivesse compreendendo tudo o que está sendo dito.
Decisão tomada, é hora de levar o bebê para conhecer o lugar em que estará na ausência dos pais ou de entrar em contato com a pessoa que assumirá os cuidados substitutos, tentando captar a qualidade da ligação afetiva que se estabelece entre eles.
Após os primeiros meses, o bebê tolera mais a ausência materna, visto já ter aprendido que às vezes ela sai de seu campo visual, mas depois retorna. Por experiência, também se sabe que nem sempre a mãe que fica em casa o tempo todo, é a melhor mãe do mundo. Mas, por outro lado, se não tiver tempo suficiente para seu filho, a ligação afetiva entre eles pode entrar em colapso e ele tenderá a se ligar com a pessoa que está mais envolvida emocionalmente em atendê-lo.
Desta maneira, os momentos em que está com seu filho, importante que seja por inteiro, aproveitando esse tempo para renovar e fortalecer o amor que os une.
Mesmo assim, muitos bebês reagem com as mudanças que estão acontecendo. Alguns ficam menos tolerantes e mais sensíveis. Fazem-se necessárias as conversas esclarecedoras, para que se evitem conflitos e sofrimentos.
É claro que a mamãe pode contar com outras pessoas para auxiliá-la, pois tendo um tempo só para si para poder fazer as coisas que tem vontade ou necessita, fará com que tenha maior prazer em cuidar do bebê mais tarde.
Esse desprendimento é necessário para que vá assimilando que, antes de engravidar, tinha uma vida própria e que logo irá reassumi-la, sem motivo para se sentir culpada.
Certamente a família toda passará por um período de adaptação e transformação. Há de se ter paciência, calma e compreensão para lidar com as situações mais estressantes, pois tanto a mamãe quanto o bebê vão sentir a separação como uma perda. Afinal, além de acontecer todos os dias, a ausência materna será por um tempo muito maior.
É primordial que quando se reencontrarem, ela possa expressar seus sentimentos, falando de quanto sentiu falta de seu filho e dedicar-se totalmente a ele. A criança precisa sentir que aqueles instantes são só dela e que ela é importante para sua mãe.
Mais tarde, as mudanças começam a fazer parte da rotina familiar e serão absorvidas e aceitas com tranquilidade e compreensão.