O levantamento da UFRJ mostra ainda que crianças menores de 2 anos são as que menos ingerem frutas e hortaliças; diretora-presidente do Instituto Opy de Saúde alerta que o consumo excessivo de ultraprocessados pode desencadear Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs).
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgado nesta terça (7) revela um cenário preocupante. Inédito no país, o levantamento mostra que oito em cada dez crianças brasileiras de até cinco anos de idade consomem alimentos ultraprocessados, como biscoitos, farinhas instantâneas, refrigerantes e bebidas açucaradas, dentre outros produtos nocivos à saúde. A pesquisa, que faz parte do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), também aponta que o grupo de bebês menores de 2 anos é o que menos ingere frutas e hortaliças no Brasil e apenas 22,2% das crianças brasileiras entre 6 e 23 meses são alimentadas preferencialmente com vegetais e frutas.
O estudo em questão reforça a atuação e a motivação das entidades do investimento social privado preocupadas com a saúde pública. De acordo com a diretora-presidente do Instituto Opy de Saúde, Flavia Antunes Michaud, a ingestão excessiva de itens ricos em sódio, conservantes e açúcar é uma das principais causas de doenças crônicas como o diabetes, acidente vascular cerebral, infarto, e a hipertensão arterial. “Sabemos que 20% dos nossos genes e saúde são influenciados por questões hereditárias, e todo o resto por fatores externos como alimentação, amamentação, medicamentos, quantidade de infecções e prática de exercícios. Dessa forma, seguir uma dieta rica em alimentos saudáveis faz com que a obesidade infantil e doenças associadas possam ser evitadas”, explica Flávia.
O Instituto Opy de Saúde apoia projetos para ampliar e difundir ações de educação e conscientização sobre a necessidade de uma alimentação saudável como uma aliada essencial no combate às DCNTs. Um desses projetos é o Experiências que Alimentam II, desenvolvido pelo Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN), que tem como objetivo favorecer a educação alimentar e nutricional de bebês e crianças na 1ª infância. O CREN atua em lugares de alta vulnerabilidade, atendendo crianças e adolescentes, engajando as escolas e as famílias, em uma abordagem holística. A diretora-presidente do Instituto Opy de Saúde reforça. “Precisamos entender que a promoção da saúde se tornou algo urgente. O cuidado com a alimentação das crianças é a base fundamental para prevenir diversas doenças em toda uma geração. O trabalho do CREN tem grande importância para que essa educação alimentar e nutricional chegue a todos, observando as particularidades do contexto socioeconômico em que as famílias estão inseridas. Faz-se fundamental continuar a cuidar das pessoas e engajar a comunidade no cuidado da própria saúde, em todas as fases e esferas de vida, para uma sociedade mais saudável e para diminuir o altíssimo custo do tratamento das DCNTs para o sistema público”, finaliza Flavia.