As dores de cabeça, ou cefaleias, compõem um grupo de disfunções dolorosas muito comuns que possuem grande impacto na qualidade de vida das pessoas, sendo atualmente considerada uma das principais causas de incapacidade na população adulta.
Até 52% da população mundial, conforme estudo recente, relatam ter dor de cabeça pelo menos uma vez ao ano. Efetivamente, muitas pessoas não conseguem trabalhar ou estudar de forma adequada por sofrerem de cefaleia.
Existem diferentes tipos de dores de cabeça, que geralmente são causadas por enxaqueca ou cefaleia tensional, mas também podem ser causadas por doenças mais complicadas, como tumores cerebrais, ruptura de aneurismas ou infecções cerebrais, entre outras. Cabe ao médico, ao atender o seu paciente, definir o correto diagnóstico da cefaleia e estabelecer o melhor tratamento para cada caso, podendo inclusive solicitar, quando necessário, exames complementares como tomografia de crânio e ressonância magnética de encéfalo.
Dentre as várias causas, a enxaqueca se destaca pelo grau de incapacidade que pode gerar. Essa dor, que compromete entre 12 a 15% da população, se caracteriza por ser hemicraniana, intensa, pulsátil, acompanhada de náusea e/ou vômitos, aversão à luz e aos barulhos. A enxaqueca piora com atividades físicas rotineiras e tem duração superior a quatro horas, podendo ocorrer com uma frequência variável. Não raras vezes, a enxaqueca é antecedida por alterações da visão, denominadas de aura.
Outra dor de cabeça muito comum é a cefaleia tensional, com duração podendo variar entre 30 minutos a sete dias. Esta cefaleia, que pode ocorrer em 31 a 72% da população ao longo da vida, é bilateral e opressiva, de intensidade fraca a moderada, não sendo agravada por atividade física rotineira e não apresenta náusea ou vômitos, podendo eventualmente acarretar aversão à luz e aos barulhos.
Outro tipo de dor de cabeça é a cefaleia em salvas, que embora muito mais rara, acometendo em torno de 0,1% da população, é altamente comprometedora, sendo considerada uma das piores dores de cabeça que existe. Esta cefaleia pode ocorrer várias vezes ao dia, sendo sempre do mesmo lado, geralmente em torno do olho, que fica vermelho e lacrimeja, ocorrendo a obstrução da narina que está do mesmo lado da dor.
É importante mencionar que o tratamento correto da dor de cabeça, estabelecendo a adequada profilaxia da mesma, além de melhorar muitos os sintomas dolorosos, ajuda a evitar o uso desnecessário de analgésicos ou anti-inflamatórios, que podem inclusive agravar a dor de cabeça, levando a quadros de cefaleia crônica. Por isso, é fundamental saber qual é o tipo de dor de cabeça que o paciente apresenta para que se possa fazer o correto tratamento e a melhor investigação para cada caso.
Autoria: Carlos Roberto Caron é professor de Neurologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR).
Faculdade Presbiteriana Mackenzie é uma instituição de ensino confessional presbiteriana, filantrópica e de perfil comunitário, que se dedica às ciências divinas, humanas e de saúde.