A presença e uma relação saudável com a figura paterna é muito importante para o desenvolvimento do indivíduo
Quem é o seu herói? Essa pergunta, na maioria das vezes, é respondida por grande parte das pessoas como “meu pai”, “meu padrasto”, “meu avô”, ou indicando uma figura paterna que teve grande importância na vida do indivíduo, aquela pessoa que estava ao lado em momentos bons — e principalmente nos difíceis, transmitindo segurança.
Segundo a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Angelita Devequi Rodrigues Traldi, o indivíduo precisa crescer e se desenvolver tendo uma figura paterna por perto para que se torne um adulto saudável no aspecto emocional. Com as novas e diversas composições familiares, essa figura pode ser o pai, padrasto, tio, avô, familiar ou outro indivíduo que ocupe tal lugar.
“Depois da figura materna, a figura paterna costuma ser o segundo vínculo do bebê com o mundo, assim que ele nasce. Para a maioria de nós, o pai geralmente está associado com a proteção, enquanto a mãe simboliza o cuidado. Juntos na criação dos filhos, a autoridade do pai ajuda a criança a desenvolver confiança e independência, e muitos estudos apontam que a falta da figura paterna pode desencadear ao jovem e ao adulto problemas emocionais e cognitivos, além de dificuldades de relacionamento com amigos, familiares e cônjuges, refletindo em diversas áreas da vida social, do trabalho ao amor”, explica a coordenadora.
A seguir, a especialista aponta alguns caminhos para que a paternidade seja exercida de forma saudável, criando vínculos afetivos tanto para os filhos quanto para os pais.
INFÂNCIA
A mulher, geralmente, costuma ser a figura mais presente nos primeiros meses de vida das crianças, até por conta da amamentação e dos cuidados com o bebê. Mas os pais podem e devem ser mais participativos nessa fase, compartilhando tarefas como trocar fraldas, ninar e incentivar a criança em brincadeiras. Tais atitudes criarão vínculos afetivos e confiança entre pai e filho que poderão acompanhar os dois por toda a vida, tornando a convivência dos dois mais prazerosa.
“Com o passar do tempo e o crescimento da criança, a participação do pai em atividades marcantes para o indivíduo também é importante, como reuniões de pais e apresentações na escola, o primeiro dente que cai e as muitas quedas de bicicleta até que se aprenda a andar. Tudo isso contribui para um adulto mais confiante no futuro”, diz.
ADOLESCÊNCIA
A adolescência é um dos períodos mais turbulentos do ser humano. O corpo e os hormônios estão em verdadeira ebulição e é nesta fase que algumas preocupações começam a rondar a nossa mente… o que fazer da vida, qual profissão seguir, que caminho tomar?
“Nesta fase, os filhos adolescentes costumam buscar um modelo e exemplo a ser seguido, e a figura paterna pode contribuir e muito para que o jovem tome as melhores decisões. O pai, junto com a mãe, geralmente é associado àquela pessoa que vai ‘sentir orgulho’ de nós, ter apoio e acolhimento é muito importante. Por isso, os pais devem praticar a escuta e a compreensão dos filhos”.
VIDA ADULTA
Na fase adulta, a relação entre pai e filhos costuma estar mais madura, afinal de contas, são dois adultos conscientes de si e de sua história, tendo uma comunicação mais livre, com franqueza sobre os sentimentos, compartilhando os problemas de contas e a criação dos filhos/netos. Na fase adulta, o pai é aquele porto seguro, a ‘volta para casa’, a figura que sempre buscamos quando estamos aflitos e que nos retorna à sensação de pertencer a um lugar.
“A convivência entre os seres humanos nem sempre é tranquila, e sempre pode haver problemas de relacionamento entre pais e filhos, afinal de contas são dois universos distintos coexistindo. De qualquer forma, deve sempre prevalecer o amor e a compreensão, para que essa relação seja saudável e construtiva para ambos”, acrescenta Angelita.
Fonte:
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