Pacientes de até 4 anos estão lotando leitos hospitalares em razão da baixa imunidade
Se durante a pandemia os mais afetados foram os adultos, quem está sofrendo as consequências da Covid-19 nesse momento de arrefecimento de casos é um outro público. São bebês e crianças com até 4 anos de idade que nasceram ou cresceram em um momento de forte isolamento social, justamente quando o sistema imunológico está em formação.
Atividades que seriam normais na primeira infância, como brincadeiras ao ar livre, na terra, com outras crianças, foram limitadas, reduzindo a exposição e o desenvolvimento do sistema imune. “Temos visto e ouvido falar de crianças que agora estão voltando às aulas e às atividades normais, com incidência maior de doenças em geral, pois estão com o sistema imunológico fraco, não tão protegidas quanto deveriam”, afirma o pediatra da unidade Liberdade do Hospital Leforte, Dr. João Victor Rossi Galastri.
Essa falta de proteção e imunização tem se refletido no aumento de internações por conta de infecções virais, respiratórias e bacterianas. “Consequentemente, agora que tudo voltou ao normal, com aulas e locais mais aglomerados, estamos vendo um número maior de infecções, atendimentos em pronto-socorro e internações”, acrescenta do Dr. Galastri.
No entanto, o especialista do Hospital Leforte lembra que a base de uma imunidade mais forte consiste em uma série de fatores, não apenas o contato com outros indivíduos. Entre esses aspectos estão uma alimentação correta, com bastante frutas, verduras, além de atividades físicas. “Infelizmente, não temos um medicamento que consiga aumentar a imunidade e diminuir automaticamente as infecções.”
“Por isso mesmo, a recomendação é seguir as consultas periódicas ao pediatra, estar com a vacinação em dia e fazer a complementação alimentar com vitaminas, até os 2 anos de idade”, destaca.
Infecções são normais na primeira infância
Apesar do aumento de casos de infecção no momento de arrefecimento da pandemia, é normal que uma criança, nos primeiros anos de vida, tenha mais resfriados. Mas, além do sistema imunológico, a pandemia trouxe uma série de outras sequelas para as crianças, como crises de ansiedade e atraso no desenvolvimento psicomotor.
“Temos visto muito mais crianças com eletrônicos, toda hora se distraindo, jogando e isso acaba diminuindo a atenção no tempo das atividades, o que traz dificuldade de atenção e aprendizagem”, explica o pediatra do Hospital Leforte. “Deixem e incentivem as crianças a brincarem ao ar livre, na terra, se sujarem. Elas precisam desse tipo de atividade”, finaliza o Dr. Galastri.
Fonte: Pediatra Dr. João Victor Rossi Galastri – Hospital Leforte