Dentro de um período de descobertas, a fantasia é uma forma criativa de lidar com a insegurança e os medos que aparecem.
Quem tem crianças em casa sabe que todos os dias vivenciamos uma aventura diferente e quando menos esperamos tomamos um susto com uma descoberta, uma nova atitude, novas brincadeiras ou comportamentos apresentados pelos pequenos. Muitas vezes, toda essa criatividade e fantasia extrapola os limites e parecem fazer parte do mundo real, como é o caso dos amigos imaginários. Mas, isso é normal?
A partir dos 2 ou 3 anos a criança entra em uma fase de se descobrir, além dos pais e a fantasia, é uma forma criativa de lidar com a insegurança e os medos que aparecem nessa fase de descobertas. Algumas determinam objetos, brinquedos ou até o paninho como meios de realizar essa transição de separação dos cuidadores de uma forma menos angustiante.
Para a psicóloga e fundadora do Instituto Diferente Mente, Bruna Rodrigues, “é natural e, muitas vezes, cabíveis esses meios criativos entre eles, a presença de um amigo que o ajude a superar essa angústia da separação. Esse comportamento não precisa ser incentivado, mas também não precisa ser ignorado. Porém, é preciso ouvir e dar atenção às crianças já que é uma oportunidade única e rica de conhecê-los melhor.”
Muitas vezes, pais e cuidadores não sabem como agir e ficam com medo desse comportamento estar saindo do controle, portanto, se seu filho tem um amiguinho imaginário, acompanhe e observe os sinais, diálogos e conteúdos que essa criança apresenta, pois, embora não exista uma idade certa, é esperado que até uns seis, sete anos, a utilização da fantasia para lidar com essas questões deixe de existir de forma explícita.
“Diante desse cenário, o maior erro dos pais é ignorar totalmente o comportamento e o conteúdo que transparece com esse movimento. A recomendação é acompanhar de perto e dar espaço de escuta para essas crianças, sempre tentando interpretar e acolher o que surgir, além de buscar ajuda profissional, pois, muitas vezes, auxilia os pais a lidarem melhor com a situação e com suas próprias angústias”, afirma psicóloga Bruna Rodrigues.