Sugar, mastigar e engolir corretamente são movimentos importantes para o desenvolvimento da fala.
Após o nascimento é muito importante a sincronia entre respiração, sucção e deglutição que nesse momento é reflexa, mas futuramente com o uso se torna voluntária dentro padrão evolutivo natural.
Esse período caracteriza-se pelo aleitamento materno ou alimentação industrializada.
Esse padrão adquirido permite novos estímulos sensoriais e o comando das estruturas necessário para nova etapa que consiste por alimentos com consistências diferentes do leite (líquido engrossado, pastoso fino, pastoso), representado por papinhas de frutas ou legumes.
Paralelamente ocorre a maturação global que interfere significativamente nesse processo de desenvolvimento como um todo e podemos ressaltar o nascimento dos dentes que modificam mais uma vez a funcionalidade destas estruturas.
Essa evolução contínua tanto estrutural quanto funcional permite a vocalização dos primeiros sons inicialmente sem qualquer significado, mas com o passar do tempo agregando um valor significativo, pois o bebê inicia o processo de balbucio e vocalização como forma de comunicação, anteriormente representada pelos padrões de choro.
Consequentemente o processo de evolução é progressivo e depois de algum tempo permite nova mudança quanto à consistência alimentar (semi-sólidos e sólidos), possibilitando assim a emissão de sílabas, palavras e frases.
A maioria da população acredita que o fonoaudiólogo somente ensina a falar certo, ou melhor.
Quando é indicada uma avaliação fonoaudiológica, muitas vezes esta não é realizada por falta de conhecimento; do quanto é complexo o atendimento realizado por este profissional.
A intervenção precoce realizada pelo fonoaudiólogo permite a inibição de hábitos, e costumes e padrões que podem interferir e prejudicar a evolução do processo natural da saúde comunicativa e ao mesmo tempo na estimulação de padrões benéficos.
Portanto, o fonoaudiólogo cuida da sua saúde comunicativa que consiste na interligação de processos (sistema sensório motor oral e cervical, audição, linguagem e fala) comunicativos inerentes ao ser humano para sua inclusão na sociedade como cidadão.
Deste amplo universo vamos fazer um recorte e informar sobre a importância do Sistema Sensório Motor Oral e Cervical (órgãos fonoarticulatórios, deglutição, sucção, respiração, mastigação e padrão cervical) como base estrutural e funcional para o desenvolvimento dos processos de alimentação e fala.
Tudo se inicia durante a gestação. As células se agrupam formando as estruturas e estas em determinado momento começam a funcionar e naturalmente ocorre o processo de desenvolvimento.
Intra-útero ocorre padrões reflexos importantes como a deglutição do líquido amniótico, soluços (respiração primitiva), movimentos de lábios, língua, bochechas, palato mole e mandíbula em resposta aos estímulos sensoriais.
Portanto, podemos caracterizar essas fases de transição alimentar como:
Sucção primitiva– reflexa, intra-útero;
Sucção primitiva– reflexa com evolução para voluntária, pós nascimento;
Mordida– pós nascimento – voluntária, quando reflexa determina imaturidade funcional.
Mascar– comprime (masca) o alimento, mas não consegue cortar somente retirar o suco;
Mastigar– corta e tritura o alimento.
Não podemos esquecer que nesse período ocorre uma dieta sensorial que consiste na estimulação do cérebro para registrar e posteriormente reconhecer os odores, sabores, consistências, ou seja, sensações provocadas por tudo que for inserido na cavidade oral principalmente alimentos (frutas, legumes, carnes…) gerando assim um padrão único para cada indivíduo.
Vale lembrar que o sistema sensório motor oral e cervical não se desenvolve sem a integração com os outros sistemas corporais existentes, e que paralelamente também participaram deste processo de maturação, ou seja, desenvolvimento. Além disso, temos que considerar o meio em que vivemos, os hábitos que adquirimos e as ocorrências decorrentes de diversos fatores vivenciadas.