Campanha anual visa conscientizar a população da importância de prevenir o parto prematuro, condição que pode causar uma série de complicações para o bebê
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15 milhões de bebês nascem antes da hora no mundo todos os anos. O Brasil ocupa a 10ª posição do ranking – 11% dos partos acontecem antes dos 9 meses de gestação, o que representa um total aproximado de 340 mil por ano ou seis a cada 10 minutos.
Tais estatísticas demonstram um obstáculo a ser superado, sobretudo no país, visto que crianças recém-nascidas prematuramente são clinicamente frágeis e podem sofrer diversas complicações, inclusive a morte, apesar de, segundo a OMS, 75% dos óbitos causados pela prematuridade serem evitáveis.
Por causa desse cenário, é celebrado, no dia 17 de novembro, desde 2008, o Dia Mundial da Prematuridade, que inspira a campanha anual Novembro Roxo, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de prevenir os riscos do parto prematuro.
Pré-natal ocupa papel importante na prevenção
De acordo com a dra. Daniela Peyneau, coordenadora da UTI Neonatal do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), um parto é considerado prematuro quando ocorre antes da 37ª semana de gestação. “A ausência dos cuidados do pré-natal é uma das principais causas. Além desta, tabagismo, alcoolismo, uso de entorpecentes, estresse exacerbado, infecções urinárias, sangramento vaginal, diabetes, obesidade, hipertensão e gravidez gemelar são causas frequentes”, explica a especialista.
“A pré-eclâmpsia, complicação comum durante a gestação, em que a pressão arterial da gestante é elevada, também está muito associada à prematuridade, e pode evoluir para a eclâmpsia, que provoca convulsões. A única maneira de controlar o problema é realizar o acompanhamento pré-natal de forma adequada. Esses cuidados ocupam um espaço importante na prevenção aos partos prematuros”, ressalta Peyneau.
UTI Neonatal: um braço direito após o parto
Mesmo após o parto prematuro, existe uma série de medidas que deve ser tomada para garantir o desenvolvimento saudável do recém-nascido e evitar possíveis complicações. “Quando o bebê nasce prematuro, precisa ser aquecido e pode precisar de auxílio para respirar. Isso deve ser realizado na UTI neonatal, que oferece todo o suporte necessário para a respiração e a alimentação da criança nessa fase, que pode durar de duas semanas até alguns meses”, comenta.
Daniela faz algumas recomendações. “Os recém-nascidos devem ser acompanhados normalmente pelo pediatra em consultas frequentes, com monitoramento do crescimento e aplicação de todas as vacinas necessárias, além da assistência de especialistas como cardiologistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos caso haja alguma complicação específica relacionada com a prematuridade
Fonte: dra. Daniela Peyneau, coordenadora da UTI Neonatal do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN)