Casos de transtornos psicológicos e psiquiátricos atinge pelo menos 20% das crianças, segundo a OMS
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que o Brasil não é apenas o 5° país mais depressivo do mundo, como também o mais ansioso. Esse fato não atinge apenas o público mais velho, que sofre com todas as preocupações de trabalho, dinheiro e saúde, mas às crianças e, muitas vezes, os sinais de um desequilíbrio psicológico pode passar despercebido.
Seres humanos estão sempre se desenvolvendo, física e mentalmente, mas é nos períodos anteriores à idade adulta que esse crescimento fica mais evidente. Segundo Márcia Karine, psicóloga e professora do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Paulista, assim como uma lesão nos primeiros anos de vida pode causar problemas crônicos para os indivíduos, traumas psicológicos e pequenos distúrbios também podem desencadear disfunções sérias. “Crianças não costumam ter experiência emocional para lidar com situações muito ruins e isso acaba influenciando no funcionamento do cérebro delas”, explica.
Os dados da OMS mostram: Uma a cada cinco crianças apresenta algum tipo de transtorno mental, e o número de casos de depressão dobrou na última década. “Casos de bullying, violência e abuso sexual são os mais conhecidos por traumatizar os pequenos, mas é preciso se atentar à exposição excessiva aos aparelhos eletrônicos e à falta de afeto por parte dos parentes e pessoas próximas, causando um sentimento de desconfiança e carência que podem trazer diversos problemas de socialização e desenvolvimento no futuro”, continua Márcia.
O fator mais importante no cuidado com a saúde mental dos filhos é proporcionar um ambiente saudável e pacífico. Além disso, estimular a independência e criatividade, desde cedo, influencia a criança de forma positiva. “Alguns dos principais problemas enfrentados pelas crianças são a desconfiança com adultos, a ansiedade e a insegurança. Todos esses podem acabar evoluindo para psicoses e depressões. Muita gente acredita que proporcionar uma criação apropriada envolve muitos recursos, mas a verdade é que, até em situações de pobreza, é possível dar bons incentivos aos mais novos, ensinando resiliência e otimismo. É preciso ter cuidado com as cobranças em excesso. Nós, pais, não somos perfeitos, e nossos filhos também não. Quando os ajudamos a crescer bem, melhoramos junto”, conclui a psicóloga.
Fonte: Márcia Karine, psicóloga e professora do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Paulista0