Medicação oral mais usada para o tratamento da calvície é constantemente relacionada com uma queda na produção de espermatozoides e, consequentemente, com a infertilidade masculina
A infertilidade pode ser causada por distúrbios hormonais e genéticos, idade, doenças, uso excessivo de álcool, ganho de peso e, em alguns casos, por medicações. Nesse sentido, uma das grandes dúvidas é quanto ao medicamento Finasterida, um antiandrógeno inibidor da 5-alfarredutase, uma enzima que converte a testosterona em di-hidrotestosterona (causando queda de cabelo), e esse hormônio masculino ativo tem ação direta no testículo. “Com a inibição da enzima, a testosterona consequentemente age menos no organismo no homem, inibindo o crescimento da próstata e combatendo a queda de cabelo em homens. No entanto, como a Finasterida influencia no metabolismo dos andrógenos, existe uma preocupação a respeito do seu uso para os pacientes jovens em idade fértil”, pontua o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.
Segundo o médico, a análise seminal é uma das etapas importantes para direcionar o médico especialista no tratamento de reprodução humana assistida. “Alguns estudos da Fertility and Sterility, publicados pela Associação Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM – American Society for Reproductive Medicine) mostraram que devido à diminuição de di-hidrotestosterona no organismo, ocorre alteração na produção de espermatozoides em testículos”, diz o médico. A grande questão é se isso será realmente relevante para a fertilidade masculina. “Homens que tomam Finasterida sem apresentar outras causas de infertilidade não apresentaram alterações no espermograma. Por outro lado, aqueles que apresentaram alterações significativas no espermograma, também tinham outras causas de infertilidade envolvidas, como, por exemplo, a varicocele (varizes dentro do testículo). Neste caso o Finasterida pode amplificar as consequências da varicocele para a fertilidade”, diz o médico.
É importante lembrar que, embora seja uma opção de tratamento em mulheres, o uso da Finasterida não é recomendado durante a idade fértil. “É possível que o medicamento interfira diretamente na má formação do feto”, destaca
Outro medicamento para esse fim, redução da queda capilar, é a Dutasterida, que também demonstrou reduzir a contagem de espermatozoides. “Homens com dificuldade de ter um filho e que usam medicamentos à base de finasterida devem consultar-se com um médico especialista em reprodução assistida. O médico pedirá um espermograma e, caso sejam apontadas alterações, a suspensão imediata do medicamento é o mais indicado. E nos casos de outros problemas de infertilidade masculina, o tratamento será direcionado”, finaliza
Fonte: Dr. Fernando Prado – Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Instagram: @neovita.br