Médica dermatologista, que passou por um processo delicado de Burnout, aponta os sinais dermatológicos que a doença pode causar antes de se manifestar
É possível prever uma doença antes mesmo dela eclodir? Nem sempre, afirma Paula Sian, médica dermatologista, vítima do Burnout, distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de uma vida extremamente sobrecarregada física e emocionalmente, que tem atingido grande parte da população mundial.
De acordo com Paula, do seu ponto de vista de paciente e como profissional da área da saúde, é possível atentar-se a alguns sinais que o corpo manifesta quando algo não está bem, porém, é extremamente importante a observação e conhecer muito bem como funciona seu organismo e as manifestações do seu corpo. No seu caso, a médica relata, que mesmo atuando como dermatologia não conseguiu compreender que algumas mudanças em sua pele anunciavam a chegada de um problema de saúde que mudaria completamente sua vida.
Mesmo sendo um distúrbio disseminado recentemente, o Burnout tem sua raiz e progressão ao longo dos anos, em alguns casos, desde a infância da pessoa que desenvolve a síndrome. Segunda Paula, quando sua primeira e mais agressiva crise aconteceu foi em seu expediente de trabalho. “Não percebia que estava entrando em um grande abismo. Três anos antes da crise, mergulhei profundamente no trabalho e nos estudos para me tornar a profissional que minha família e eu deslumbrávamos ao longo da minha vida e para fugir de um relacionamento abusivo que vivia” – conta. Sem perceber, a médica em sua fuga, estava repetindo padrões que a mantinham em um trabalho também abusivo.
Mesmo sendo uma médica dermatologista experiente, Paula não foi capaz de associar alguns sintomas com um problema emocional. Seis meses antes da crise que a afastou do trabalho, ela começou a desenvolver uma dermatite forte no couro cabeludo, além de espinhas, suor excessivo durante o trabalho, insônia, problemas de memória, raciocínio e palpitações esporádicas.
O corpo é sábio, porém estamos acostumados a ignorá-lo. O organismo do ser humano avisa quando algo está errado, mas nem sempre as pessoas estão atentas para perceber. O estresse libera hormônios no sangue: cortisol, responsável pelas espinhas e dermatite, e a noradrenalina, responsável pela palpitação, insônia, perda memória. “Eu sabia ser tudo desencadeado pelo estresse, só não queria ver o quão grave a situação já estava” – comenta.
A médica conta tudo com detalhes em seu livro “Um Burnout para chamar de seu”, um conteúdo do ponto de vista de quem convive com a síndrome. Mesmo sendo uma experiência particular, o livro é quase um guia para os que já estão nessa jornada e para os que ainda podem evitar que a doença se manifeste de forma agressiva. “Antes de vivenciar o Burnout, tinha uma visão diferente. Se soubesse realmente o que é desenvolver a síndrome e conviver com as consequências, teria evitado alguns excessos que cometi” – confessa Paula.
Um Burnout para chamar de seu
“Um Burnout para chamar de seu”, publicado pela Editora Viseu, é uma obra real de quem vivenciou os estágios profundos da doença e tornou-se a principal ferramenta terapêutica da autora. O livro foi construído na medida em que Paula Sian Lopes também se reconstruía e a cada linha escrita, encontrava alívio e compreensão sobre tudo que estava passando.
Dermatologista consagrada, Paula explica, de maneira simples e objetiva, o que é a síndrome e ajuda a identificar os sintomas e a ter uma vida mais saudável, plena e feliz. A publicação já está disponível para venda e, em breve, será realizado o coquetel de lançamento com a presença dos profissionais que a ajudaram a retomar sua qualidade de vida, convidados e outras vítimas do Burnout.
SERVIÇO
UM BURNOUT PARA CHAMAR DE SEU
Paula Sian Lopes
Editora Viseu – 170 páginas
Ano da publicação: 2022
R$ 57,09
Fonte: Dermatologista desde 2007, Paula Sian Lopes é formada pela Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), onde também fez residência em Clínica Médica e Dermatologia. Especializou-se em Farmacodermia e Dermatoses Imunoambientais na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e em Medicina Chinesa e Acupuntura na Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA).