Psicóloga dá Dicas para Acolhimento de Mães que Tiveram Perda Perinatal

Breve manual pode auxiliar amigos e familiares a se conectarem da melhor forma com as mães no momento do luto

fotógrafa mineira Paula Beltrão

No caso das mães, é um luto duplo, pois ela precisa lidar com a morte do bebê e também com a morte daquela versão dela mesma que foi construída durante a gestação. A mãe é a representação daquele filho. Quem fica é ela, mas é uma nova versão dela, com toda a carga emocional gerada por aquela situação. Precisamos oferecer amor, afeto, escuta ativa e amparo para elas de forma sincera e não por curiosidade”, explica Daniela.

Confira as dicas da psicóloga do que se deve ou não falar e como agir com uma mãe nesse momento delicado.


O que fazer:

– Ofereça um abraço carinhoso e sincero.

– No primeiro momento do luto a pessoa precisa de tempo para digerir. Envie uma mensagem e se coloque à disposição. Não insista, mas também não “suma”, volte depois de algum tempo, geralmente depois do primeiro mês, para oferecer seu afeto.

– Seja um ouvinte amoroso e empático. Às vezes ter a possibilidade de desabafar sem julgamentos é o que aquela mãe precisa.

– Caso seja uma pessoa próxima, mande um carinho em forma de flores ou comida, por exemplo. Pode ser um acolhimento caloroso no momento de dor.

– Continue próximo, principalmente após o primeiro mês, quando a maioria das pessoas somem. Seja rede de apoio, pois ela continua precisando de atenção e carinho.


O que não fazer:

– No primeiro momento do luto não ligue ou insista no contato. Muitas vezes a pessoa precisa de um tempo maior para digerir a situação.

– Não faça contato por curiosidade e para saber os detalhes do que aconteceu. Ofereça um acolhimento sincero, se for a sua intenção.

– Evite falar frases como “foi melhor assim” ou “ainda bem que…” No momento da dor não há lado bom para quem sofreu uma perda.

– Comparações: Cada história é única, não é legal tentar criar uma competição de “quem sofreu mais” comparando o que aconteceu com a pessoa X ou Y.

– Não diga para a pessoa evitar falar no assunto para que esqueça mais rápido. O luto não tem forma ou tempo certo. Ele precisa ser vivenciado para que a dor se transforme.

Para sempre mães

Além de lidar com o luto e a dor de irem para casa de braços vazios, essas mulheres se tornam “mães invisíveis” aos olhos da sociedade.

Fonte: Grupo Zelo, uma das principais empresas de serviços funerários do Brasil, convidou o Grupo Colcha para falar sobre o luto perinatal, na véspera do Dia das Mães. A iniciativa contempla uma programação gratuita com uma roda de conversa sobre luto perinatal, seguida do lançamento da exposição “Para sempre Mãe”, da fotógrafa mineira Paula Beltrão. O evento será realizado neste sábado, dia 13, no cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte.  

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