Segundo Dra. Ana Maria Crosera, há poucos estudos sobre o tema, mas já se sabe que o DIU hormonal é seguro e não apresenta nenhum efeito negativo nem mesmo nos processos de reprodução assistida
O DIU Hormonal é um método anticoncepcional que libera lentamente pequenas quantidades de hormônio para impedir que o espermatozóide atinja o óvulo. Isso porque os hormônios liberados engrossam o muco cervical, evitando que os espermatozóides nadem para o óvulo e diluindo o revestimento uterino para impedir o implante do óvulo fertilizado.
Conforme explica Dra. Ana Maria Crosera, ginecologista e membro da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil), o método vem sendo utilizado com sucesso por mulheres durante o processo de preservação de fertilidade. “Isso porque os contraceptivos orais impedem ovulação, o que pode prejudicar os planos nesse caso. Há poucos estudos sobre o tema, mas já se sabe que o DIU hormonal é seguro e não apresenta nenhum efeito negativo nem mesmo nos processos de reprodução assistida”, afirma a médica.
Dra. Ana Maria lembra que, na hora de preservar a fertilidade, há muitas dúvidas. “A mulher precisa retirar o DIU? Pode mantê-lo sem prejuízos aos óvulos? Há alguma ação sobre a ovulação? Vai atrapalhar a estimulação ovariana ou a captação do óvulo? Essas e outras perguntas são comuns no consultório. Mas tudo isso é mito”, afirma.
Ela exemplifica que muitas mulheres não desejam engravidar no presente momento, mas sim no futuro. Assim, ela recorre ao congelamento dos óvulos, dos embriões e até mesmo dos tecidos ovarianos. “Mas nesse tempo, ela precisa prevenir a gravidez. É aí que entra o DIU hormonal”, detalha Dra. Ana Maria.
Ou ainda, muitas mulheres optam por realizar a preservação social da fertilidade, afinal estão no mercado de trabalho, priorizando suas carreiras. “Nesses casos, normalmente o plano é engravidar mais tarde, mas elas sabem que aos 35 anos há uma queda brusca na reserva ovariana. O plano B é o congelamento de óculos para engravidar, mas obviamente não se pode deixar de lado um método de contracepção seguro. A recomendação é o DIU hormonal, nesses casos”, afirma.
Conforme a médica ressalta, outras duas indicações são endometriose ou mulheres cujas mães têm menopausa precoce. “O DIU hormonal é uma excelente alternativa, assim como para prevenir o câncer de endométrio. Essa doença é pouco comum em jovens, pois acomete mais as mulheres na pós-menopausa”, diz Dra. Ana Maria.
Ela prossegue esclarecendo que em mulheres jovens com câncer de endométrio pode-se retirar o câncer em estágios iniciais, inserir um DIU hormonal que vai preservar a fertilidade e diminuir as chances de recidiva do tumor . “Embora os estudos ainda sejam poucos, sabemos que o método pode ser muito benéfico nesse ponto também”, finaliza ela.
Fonte: A AMCR – Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil – é uma entidade sem fins lucrativos, suprapartidária. Fundada em março de 2021, pela médica ginecologista, Prof. Dra. Marise Samama, possui 47 associadas, pós-graduadas da área da saúde, distribuídas em todas as regiões do Brasil. A associação é fruto da vontade dessas mulheres (cientistas, médicas, biomédicas e profissionais de saúde), que defendem a igualdade de oportunidade entre gêneros, reconhecimento e valorização da mulher e da ciência e atuação das mulheres nas áreas de saúde feminina e Reprodução Humana