A médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, lista alguns pontos de discussão sobre isso.
A paternidade é um aspecto importante da vida de muitos homens e pode ter um impacto significativo em sua saúde mental. A transição para a paternidade pode ser emocionalmente desafiadora, trazendo uma variedade de sentimentos e exigindo ajustes em várias áreas da vida. Aqui estão alguns pontos importantes sobre paternidade e saúde mental:
Mudanças de identidade: Tornar-se pai envolve uma mudança na identidade e no papel de vida. É normal sentir uma mistura de emoções, como alegria, amor, ansiedade e medo. A adaptação a essa nova identidade pode levar tempo e exigir ajustes psicológicos e emocionais.
Expectativas e pressões sociais: A sociedade frequentemente impõe expectativas e pressões aos pais, incluindo a ideia de ser um “pai perfeito” ou cumprir determinados padrões. Essas expectativas podem criar estresse e ansiedade, levando os pais a se sentirem inadequados ou sobrecarregados.
Mudanças no relacionamento: A chegada de um filho pode impactar o relacionamento dos pais. As responsabilidades e demandas da paternidade podem gerar estresse adicional e desafios de comunicação. É importante que os pais cultivem um espaço de diálogo aberto, apoio mútuo e compartilhamento de responsabilidades para fortalecer o relacionamento durante essa transição.
Sono e fadiga: A falta de sono adequado é comum nos primeiros meses da paternidade, especialmente com recém-nascidos que requerem cuidados frequentes durante a noite. A privação de sono pode afetar negativamente o humor, a concentração e a capacidade de lidar com o estresse. É essencial que os pais procurem maneiras de descansar e obter apoio para evitar a exaustão física e mental.
Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: Conciliar as demandas da paternidade com as responsabilidades profissionais pode ser desafiador. A pressão para sustentar financeiramente a família e estar presente na vida dos filhos pode causar estresse e culpa. Estabelecer limites saudáveis, priorizar o tempo de qualidade com a família e buscar apoio em redes de suporte são estratégias importantes para manter um equilíbrio adequado.
Saúde mental pós-parto: Assim como as mães, os pais também podem enfrentar desafios de saúde mental pós-parto, como depressão pós-parto e ansiedade. É fundamental que os pais estejam cientes dos sinais de alerta e procurem ajuda profissional se estiverem enfrentando dificuldades emocionais significativas.
Para promover a saúde mental na paternidade, os pais podem considerar as seguintes estratégias:
Buscar apoio: Converse com outros pais, participe de grupos de apoio ou procure orientação profissional para compartilhar experiências, obter conselhos e lidar com o estresse.
Compartilhar responsabilidades: Dividir as responsabilidades parentais com o parceiro e compartilhar as tarefas domésticas pode aliviar a pressão e criar um ambiente mais equilibrado.
Cuidar de si mesmo: Reserve um tempo para cuidar de sua própria saúde mental e bem-estar. Isso pode incluir atividades de lazer, exercícios físicos, meditação, hobbies ou qualquer outra coisa que traga prazer e relaxamento.
Comunicar-se abertamente: Mantenha uma comunicação aberta e honesta com o parceiro, compartilhando preocupações, medos e necessidades. Juntos, busquem soluções e apoio mútuo.
Estabelecer limites: Defina limites claros entre trabalho e vida pessoal, garantindo que haja tempo dedicado exclusivamente à família e ao autocuidado.
Procurar ajuda profissional: Se necessário, busque a orientação de um psicólogo ou terapeuta especializado em questões familiares e de paternidade. Eles podem fornecer suporte emocional, estratégias de enfrentamento e orientação específica para lidar com desafios da paternidade.
Fonte: Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental – Médica psiquiatra, observership em neurociências pela Universidade de Columbia em Nova Iorque – EUA, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo com residência médica em psiquiatria pela Secretaria Municipal de São Paulo e pós graduação em psiquiatria pelo Instituto Superior de Medicina e em endocrinologia pela CEMBRAP