Altas temperaturas podem fazer com que o bebê precise de mais tempo no seio do que no clima mais ameno
Para nós, adultos, as altas temperaturas podem ser uma tortura, principalmente na hora de comer e dormir. Não é incomum ouvir pessoas reclamando de falta de fome e dificuldade para pegar no sono. Mas, sabia que com os bebês pode acontecer justamente o oposto?
É que além de ter um estômago pequeno e o leite materno ser de fácil digestão, o bebê mama para saciar fome e sede, fazendo com que aumente sua necessidade de lactação nos dias mais quentes. “O termo livre demanda pode assustar muita gente, pois passa a impressão de que o bebê vai mamar a cada 30 minutos durante o dia e, à noite, quando não estiver no seio, estará chorando”, brinca a enfermeira obstetra e consultora internacional de lactação Cinthia Calsinski, que destaca que mesmo adultos não têm uma rotina fixa de alimentação, com horários rígidos, então não se pode esperar o mesmo de um bebê.
“A livre demanda é a maneira de ajustar a produção de leite de acordo com as necessidades da criança ao longo do tempo, pois ao crescer e engordar vai precisando de volume maior. Em dias muito quentes, a livre demanda é fundamental e deve-se esperar intervalos menores e duração maior nas mamadas justamente para que o corpo consiga prover o que o neném precisa”, orienta.
Vale ressaltar que cada bebê tem um ritmo de mamada e, cada mulher, um volume de produção de leite. Por isso, respeitar o ritmo do bebê é importante, não apenas para a amamentação, mas para a vida. Por mais que esteja quente e o aleitamento possa incomodar a mamãe, é fundamental ter em mente que os intervalos aumentam à medida que o bebê cresce e aprende a mamar de forma mais efetiva.
“Existe o preconceito de que a criança precisa mamar a cada três horas e que todo choro é por fome. Esquecem que pode ser sono, fralda suja, tédio, necessidade de afeto ou contato físico, entre outras. A noite pode ser excelente se o bebê realmente mamar bem e é dispensável colocar o despertador para acordá-lo para se alimentar. Lembre-se que o nome ‘livre’ significa amamentar no tempo do bebê”, reforça Cinthia.
Fonte: Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra – Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp – Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp – Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp – Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo – Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI) – Consultora Internacional de Lactação – IBCLC – Educadora Parental