Estética e higiene bucal são assuntos cada vez mais interligados, especialmente quando se trata de tendências, como a utilização de joias dentais, conhecidas como grills.
A prática, que ganhou destaque a partir do ano 2000, continua sendo alvo de dúvidas no âmbito da saúde bucal. Afinal, a utilização de acessórios dessa natureza nos dentes pode resultar em complicações.
O Cirurgião-Dentista e membro da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Sergio Tomé Daud, pontua possíveis efeitos do uso de joias nos dentes e os cuidados necessários para manter a saúde bucal.
Segundo ele, qualquer objeto inserido no dente, seja de forma temporária ou permanente, fixa ou removível, causa algum tipo de impacto na saúde bucal. O Dr. Sergio explica que, a partir do momento em que o objeto é colocado, torna-se uma área de retenção de alimentos e de micro-organismos, aumentando a dificuldade de escovação. Além disso, o uso pode levar a pequenas fraturas nos dentes e resultar em inflamação da gengiva.
“É um adereço que deve ser evitado. Sempre falo que a maior joia que temos são os próprios dentes bem-cuidados, bem-higienizados, por meio do uso correto da escova e fio dental. Portanto, não sou a favor de qualquer tipo de adereço nos dentes, a não ser as restaurações, coroas e próteses que são necessárias para restaurar a função dos dentes que, eventualmente, esteja prejudicada”.
Geralmente, as joias são confeccionadas em ouro, prata ou níquel (metais mais utilizados) e, dependendo do valor que a pessoa possa gastar, variam de bijuterias a joias verdadeiras. Dr. Sergio esclarece que, para serem confeccionadas, é feito um molde dos dentes e, depois, por meio deste modelo, é produzido o acessório a ser instalado.
”A joia pode ser removível ou fixa. Neste último caso, precisa de um preparo, talvez de um desgaste, que, ainda que leve, é um desgaste – o que não é benéfico para os dentes”, reforça o especialista.
De acordo com o Cirurgião-Dentista, recentemente os acessórios estão sendo feitos por meio de escaneamento; o modelo tradicional é feito por meio de um escâner e, depois, é transmitido para um programa de computador. Posteriormente, é levado para uma impressora que o materializa em resina para, depois, ser confeccionado em metal. Por fim, o especialista reforça que essas joias causam danos e, dependendo do tipo de higienização (principalmente se ela for deficiente), poderão resultar em problemas e agravos à saúde bucal.
“Se serve como recomendação, se tiver que ser usada, se a pessoa realmente quer usar, eu recomendo as removíveis, que não ficam fixas, pois é uma opção que se usa por pouco tempo, então o dano causado é menor. Como profissional, a orientação que dou é: não use, mantenha seus dentes limpos, bem higienizados. Esse é o maior benefício que a pessoa pode trazer à saúde.
Fonte: Cirurgião-Dentista e membro da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Sergio Tomé Daud