A autoestima é um aspecto crucial do desenvolvimento emocional e psicológico de uma criança. Uma autoestima saudável não só influencia a maneira como as crianças se veem, mas também afeta sua capacidade de enfrentar desafios e desenvolver relacionamentos saudáveis.
‘’É importante que os pais entendam que a autoestima é a visão que eu tenho sobre mim mesma. Ela é construída na infância e o primeiro espelho que a criança se enxerga são os pais. Então, o que você diz sobre e para seu filho é muito importante, porque a criança não consegue flexibilizar. Por exemplo, se você diz que seu filho não é bom em matemática, ele não vai entender que é sobre um assunto específico, ele vai achar que não é bom na escola, ponto. E isso acontece porque a criança ainda tem um cérebro imaturo e o pensamento dela ainda é dicotômico sim, não. Por isso, os pais precisam entender que a forma como a criança se enxerga, ela é construída pelo ambiente, pelas relações, principalmente com o que os cuidadores principais fazem com ela’’, explica Nathalia Heringer.
Para ajudar os pais, as psicólogas fundadoras do Instituto de Neuropsicologia e Psicologia Infantil – INPI cita algumas dicas valiosas do que fazer e o que não fazer para empoderar seus filhos a terem uma autoestima saudável:
- Evite termos pejorativos
Em muitas situações, os pais acabam usando termos pejorativos para descrever um comportamento da criança, por exemplo: ele não para quieto, ele é um capetinha. Ele é preguiçoso… E isso acaba prejudicando a visão do self da criança porque a partir do que eu acredito em mim, do que eu entendo sobre mim, se dá a forma como eu vou me comportar, então se eu não faço nada direito, eu não vou nem tentar. Por isso, é muito importante os pais e criadores terem atenção na forma como se comunicam e se reportam à criança”, explica Ariádny Abbud.
- Valorize os pequenos feitos
”A criança ainda não construiu filtros, ela é esponja, absorve tudo ao seu redor. Então, valorize pequenas conquistas e feitos, uma nota mediana em uma matéria que ela tem mais dificuldade, merece sim elogio. Mesmo que você não tire um 10, eu vou continuar te amando, sempre vou te amar… são frases que vão construir uma criança com autoestima saudável”, sinaliza Nathalia Heringer.
Como elogiar:
. Foque sempre em valorizar a criança pelo que ela é e comportamentos que estão sob o controle dela, como por exemplo o esforço. Dizer “você se esforçou muito filho para tirar essa nota, parabéns!” É diferente de dizer: “ual como você é inteligente “. Quando você elogia o comportamento (ato de se esforçar) a criança entende o que levou a ter aquele resultado é um comportamento que ela pode repetir e aumentar a intensidade ou estratégia se a situação estiver difícil. Já a inteligência não há nada que ela possa ou precise fazer. Além disso, tiramos o foco na nota final e colocamos luz sobre o processo. Mesmo vindo uma nota baixa podemos olhar para o que foi feito, e não apenas para o desempenho. NH
- Cuidado com as comparações
Evite comparações negativas e positivas.
Cada criança é única, tendo suas limitações e habilidades. Você não precisa dizer que seu filho é melhor que o colega, pois às vezes isso não corresponde com a realidade. Ao invés de comparar construa em seu filho a certeza de que ele é amado independente de seu desempenho ou apesar de seu mal comportamento. Ele pode perder tudo (privilégios em casa, passeio com amigos, ter a consequência natural ao erro) mas seu amor e afeto sempre permanecerão. NH
- Mostre ao seu filho que ele é amado
As crianças têm necessidades emocionais básicas que precisam ser supridas pelos pais. E ter a certeza que são amadas, não pelo que elas fazem de bom ou ruim, que pertencem a uma família é o fundamento para uma criança crescer saudável emocionalmente.
Não temos dúvida do amor dos pais para com seus filhos, mas muitas vezes pais e filhos não demonstram entenderem amor no mesmo idioma. E os filhos não entendem a mensagem passada pelos pais como amor. É muito importante que os pais estejam atentos à forma que seu filho compreende que é amado. E busque suprir essa necessidade, seja com toque físico, tempo junto, palavras carinhosas ou fazendo algo para a criança. Os pais precisam buscar a demonstração de afeto de forma ativa é uma responsabilidade dos pais. Amar é verbo, é ação. NH
Fonte: Nathalia Heringer e Ariádny Abbud – fundadoras do Instituto de Neuropsicologia e Psicologia Infantil – INPI