Especialista em Reprodução Humana, explica quantas vezes um casal pode repetir as tentativas da Fertilização In vitro e quais as possíveis soluções para casos em que não é possível ter um bom embrião
O sonho dos casais que procuram tratamentos de reprodução assistida é ter filhos saudáveis. Mas, em alguns casos, o sucesso não é conquistado na primeira tentativa. O que fazer, então? “O grande segredo da fertilização in vitro (FIV) é a persistência. Então, quando não se tem sucesso na primeira tentativa, deve-se persistir. Quanto mais vezes tentar, maior a chance de conseguir”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
O argumento do médico é justificado pela taxa de sucesso, que varia entre 45 e 60%. “Por exemplo, se há 40% de chances e 100 casais estão nessa situação, 40 vão engravidar de primeira. Dos 60 que não engravidaram, 40% vão engravidar na segunda tentativa, ou seja, mais 24 casais. A taxa cumulativa foi de 64. Então quanto mais tentativas, mais pessoas vão conseguir êxito no tratamento”, explica o médico.
Para ele, não existe um limite de tentativas de fertilização in vitro. “Já está bem estabelecido que o estímulo hormonal necessário para realizar a coleta e ter mais óvulos não aumenta o risco de câncer ou qualquer outra complicação a médio e longo prazo. O limite é individual, relacionado a fatores físicos, emocionais ou até financeiros, já que no Brasil o tratamento não é coberto pelos planos de saúde e são pouquíssimos centros que têm o serviço pelo SUS”, pontua o especialista.
O Dr. Rodrigo Rosa explica que as chances de sucesso de um tratamento de fertilização in vitro dependem de uma série de fatores e o principal deles está relacionado à qualidade do embrião. E, mesmo assim, bons embriões podem não implantar, porque há uma limitação da própria técnica da FIV no processo de seleção dos embriões. “Quanto mais óvulos, maior a chance de ter um bom embrião; e quanto maior a quantidade de bons embriões, maior a chance de ter um bebê”, diz o médico. “Sem dúvida, para aumentar as chances de sucesso da fertilização in vitro deve-se tentar melhorar o estilo de vida, com adoção de alimentação adequada, prática de atividade física e abandono de vícios como cigarro e abuso de álcool, fazer uma suplementação adequada para não ter déficit de micronutrientes e realizar um estímulo hormonal adequado. Escolher uma clínica que seja capacitada e com alta tecnologia também ajuda”, sugere.
Mas, como o principal fator limitante da Fertilização In Vitro e o que diminui as chances de gravidez está ligado à idade do óvulo, em muitos casos, a solução é partir para um tratamento com óvulos doados. “Isso vai potencializar as chances de sucesso. Quando são casos de fatores masculinos graves, o banco de sêmen de doador pode ser a solução”, explica o Dr. Rodrigo. “E em raros casos, quando tem algum problema na recepção desses embriões, abortos de repetição ou qualquer condição em que o útero não está apto para gestação, o tratamento indicado é o útero de substituição”, diz o médico. “Essas são as formas que a Medicina Reprodutiva tem para fazer com que aquele casal consiga o tão sonhado bebê, ou com material genético próprio, ou gestando com gametas doados, ou usufruindo de um útero de substituição para que essa gestação ocorra”, finaliza
Fonte: Dr. Rodrigo Rosa, Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Instagram: @dr.rodrigorosa