O melasma, uma condição dermatológica que provoca manchas escuras na pele, é um desafio tanto para pacientes quanto para dermatologistas.
Essas manchas, comumente localizadas no rosto, mas possíveis em outras áreas expostas ao sol, como colo e braços, podem causar significativo impacto estético e emocional.
Dra. Renata Castilho, médica dermatologista, explica que o melasma é influenciado por múltiplos fatores. “A exposição ao sol é um dos principais desencadeadores, aumentando a produção de melanina. Hormônios femininos, como estrogênio e progesterona, também estão frequentemente envolvidos, o que explica a prevalência maior em mulheres, especialmente durante a gravidez ou uso de contraceptivos hormonais”, destaca.
Além disso, fatores como predisposição genética e exposição a luz artificial contribuem para o desenvolvimento do melasma. A dermatologista também ressalta o papel dos procedimentos estéticos, como peelings e lasers, que se realizados de forma inadequada, podem piorar as manchas por um efeito rebote.
Recentemente, Isabella Fiorentino, modelo e apresentadora, trouxe à tona uma abordagem menos convencional ao tratar seu melasma. Em declarações que repercutiram nas redes sociais, ela revelou optar por não utilizar tratamentos convencionais ou protetor solar. “O segredo para tratar melasma é não tratar. Quando você trata o melasma, você vai agredindo tanto a sua pele, que ela faz um rebote e a melanina grita”, disse Isabella.
Fiorentino também mencionou interromper tratamentos a laser e outros procedimentos considerados abrasivos, adotando a exposição solar sem proteção como parte de seu regime de cuidados, acreditando que isso conferiu mais resistência e vitalidade à sua pele. Apesar de suas observações pessoais, esta abordagem contradiz a orientação médica padrão, que enfatiza a importância do uso regular de protetor solar para proteger a pele e prevenir o agravamento do melasma.
Dra. Renata Castilho recomenda cautela: “É fundamental entender que cada caso de melasma é único e deve ser gerido de forma personalizada. A experiência da Sra. Fiorentino é válida, mas é uma exceção e não deve ser vista como uma solução geral. O protetor solar continua sendo um componente essencial na prevenção e no manejo do melasma, junto com outros tratamentos individualizados”.
Para o tratamento eficaz do melasma, a dermatologista enfatiza a importância de uma abordagem multifacetada. Isso inclui o uso de protetor solar de amplo espectro, produtos contendo ingredientes ativos que clareiam a pele, e, quando apropriado, procedimentos dermatológicos cuidadosamente supervisionados. Além disso, ajustes hormonais e mudanças no estilo de vida também podem ser necessários.
Em conclusão, enquanto a discussão sobre o melasma continua evoluindo, a importância de uma estratégia de tratamento personalizada e baseada em evidências científicas não pode ser subestimada. Pacientes são encorajados a consultar dermatologistas qualificados para desenvolver um plano de tratamento que considere suas necessidades específicas e condições de saúde da pele.
Fonte: Dra. Renata Castilho CRM/SP – 197372 – Dermatologista e Tricologista – Graduação em Medicina pela Universidade São Francisco (USF). Especialização em Dermatologia pela Faculdade Instituto Superior de Medicina e Dermatologia (ISMD -São Paulo). Mestre em estudos do Envelhecimento pela Pontifícia Universidade (PUC/SP).