Artrite idiopática juvenil – Como identificar se seu filho sofre disto?
Reumatologista pediátrica explica como ter um diagnóstico preciso e quais tratamentos para aliviar as dores e ter qualidade de vida
Chamada de Artrite idiopática juvenil (AIJ), essa doença se manifesta em menores de 16 anos, podendo ter início antes mesmo de 1 ano de vida.
Da mesma forma como acontece nos adultos, a Artrite Juvenil incha as articulações, o que pode levar à dor e limitação dos movimentos e, infelizmente, essa doença não tem cura, mas há tratamentos muitos bons que podem levar à remissão. Ou seja, a criança pode ficar sem sintomas por longos períodos, com ou sem medicação.
Segundo a Dra. Lara Melo, reumatologista pediátrica do corpo clínico da EVCITI, pertencente ao grupo CITA, médica assistente da Unidade de Reumatologia Pediátrica do ICr, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia, para se ter um diagnóstico, os pais precisam ficar alertas aos sinais de febre prolongada sem causa definida, manchas vermelhas pelo corpo, inchaço nas articulações e rigidez, principalmente pela manhã e ter dificuldade para se movimentar.
“Em caso de suspeita realizamos diversos exames de imagem como ultrassonografia e ressonância magnética, que evidenciam a inflamação da articulação e o aumento de líquido no interior dela, chamado de derrame articular e exames de sangue e oftalmológico, além do histórico familiar para termos um diagnóstico preciso”, explica dra. Lara Melo. “É importante enfatizar que não existem exames laboratoriais específicos para esta doença e que façam o diagnóstico de forma isolada, por isso a necessidade de cruzamento de informações”, salienta a especialista.
Quando uma criança ou adolescente é diagnosticada com AIJ, o tratamento de escolha dependerá dos sintomas apresentados, quais articulações estão acometidas, qual subtipo de AIJ o paciente apresenta, tempo de acometimento pela doença e experiência do médico.
“A escolha do medicamento e a dosagem dependerá de cada criança. Entre as medicações estão os anti-inflamatórios não-hormonais (naproxeno e ibuprofeno), as drogas modificadoras de atividade de doença (metotrexato e sulfassalazina), os corticoides (via oral, intravenoso, intra-articular, gotas oftalmológicas) e os biológicos (usados quando há falha dos medicamentos anteriores)”, orienta.
Mesmo com AIJ a criança pode ter uma boa qualidade de vida, o que dependerá de diversos fatores como o diagnóstico precoce, que diminui os riscos de lesão de forma definitiva das articulações; tratamento adequado com um especialista pediátrico e avaliações regulares. Controlada a doença a criança obtém o retorno rápido as atividades escolares, esportes e lazer.
Fonte: Dra Lara Melo – é médica assistente da Unidade de Reumatologia Pediátrica do ICr, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Tem título de especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia e faz parte do corpo clínico da EVCITI, do Grupo CITA