Agosto Dourado é o mês dedicado a chamar a atenção para a importância da amamentação, que é recomendada como exclusiva nos seis primeiros meses. A proposta é estimular o aumento das taxas de aleitamento materno, numa mobilização com apoio de várias entidades mundiais.
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A cor dourada reforça a importância do leite materno, considerado um “alimento de ouro”, pelos amplos benefícios que proporciona para a saúde e bem-estar do bebê e, também, da mãe, pois ajuda a reduzir as chances de sangramento pós-parto, desenvolver anemia, diabetes, problemas cardíacos e alguns tipos de câncer, além de uma perda mais rápida do peso adquirido na gravidez.
“O leite materno é o alimento mais completo para o bebê. Supri todas as necessidades da criança, em macro e micronutrientes, pois promove a boa nutrição, além de estar associado à imunidade e proteção geral da saúde do bebê. É capaz de reduzir 13% das mortes, por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos de idade, por protegê-las de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de reduzir riscos futuros, na vida adulta, como hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes e excesso de peso, tanto o sobrepeso como a obesidade”, alerta Dra. Karla Cristina Malta Vilanova – Especialista em Nutrologia Pediátrica e docente dos cursos de Pós-Graduação da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia)
O ato de amamentar cria, ainda, uma continuidade do vínculo criado durante a gestação. O contato com a mãe é essencial para o bebê nestes primeiros dias, pois é o primeiro elo com o mundo externo, fora do aconchego do útero. Mas há muitas dúvidas sobre o assunto. Listamos as 5 mais comuns:
1. Até quando amamentar?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e UNICEF, cerca de seis milhões de crianças são salvas a cada ano, com o aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida. “O leite materno é preconizado, neste período, para aquela criança que nasceu a termo. É a partir de então que é indicado o início da alimentação complementar, podendo o leite materno ser estendido até dois anos ou mais, segundo a necessidade e vontade da criança ou do binômio mãe e filho”, explica a pediatra.
2. Há ainda resistência de algumas mães para amamentar?
As razões para não querer amamentar são várias, entre mães saudáveis e com tempo disponível. Mas é uma decisão pessoal. Por isso, o incentivo à amamentação é essencial e uma rede de apoio para esta mãe pode fazer a diferença. “O início da amamentação não é fácil. Nos primeiros dias há o reconhecimento do bebê numa nova situação. É também a chegada de um novo membro na família e essa mulher irá se tornando mãe a partir desse contato na amamentação. É uma mudança total na sua vida. A consulta ao pediatra, na primeira semana de vida do bebê, ajuda nesta jornada e é possível avaliar a saúde, a “pega” dos seios e toda dificuldade nessa fase, e é uma oportunidade para auxiliar nesse processo para facilitar a amamentação nesse momento. São ações que auxiliam para se manter a exclusividade do leite materno até os seis meses e ainda com a possibilidade de se prolongar até dois anos ou mais”, explica Dra. Karla Vilanova.
3. Quando optar pelas fórmulas em substituição ao leite materno?
Quando a mãe não consegue amamentar o seu filho por algum motivo pessoal – como o retorno ao trabalho -ou doença, como uma retrovirose, aquela mãe infectada pelo vírus HIV, por exemplo. A recomendação seria os substitutos do leite materno, até o primeiro ano de vida, que são as fórmulas infantis. “As fórmulas buscam se aproximar, em qualidade e quantidade, dos benefícios que o leite materno oferece e há boas alternativas no mercado, para cada necessidade do bebê, mas não há nenhum alimento 100% igual ao leite materno em sua complexidade nutritiva”, detalha a especialista.
4. Como deve ser a introdução dos alimentos?
É preciso organizar a alimentação complementar a partir de 6 meses de vida, pois dessa forma a criança consegue ir desenvolvendo os momentos que ela está com fome, com saciedade e até mesmo criando uma rotina. Assim, nesse processo, a mãe pode reconhecer melhor a quantidade e quais alimentos que o bebê precisa.
5. O leite materno perde seu valor nutricional com o tempo?
Após os seis meses, o leite materno exclusivo não consegue uma reposição completa em macro e micronutrientes, em calorias, na quantidade que essa criança precisa. Daí ser preciso ofertar uma alimentação complementar, que deve ser iniciada com frutas e todos os outros grupos alimentares, essenciais para poder suprir esta lacuna do leite materno, nesta etapa de desenvolvimento e crescimento, detalha a especialista.
Fonte: Dra. Karla Cristina Malta Vilanova – Especialista em Nutrologia Pediátrica e docente dos cursos de Pós-Graduação da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia)