Qual será o grau de importância da atividade física para a saúde mental de crianças, jovens e adolescentes: este grau de importância é máximo para todas as fases da vida
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Giros, piruetas, saltos, demonstrações de força, corpos impecáveis, medalhas, lágrimas, risos, superações… Não vamos deixar o espírito olímpico de lado! Rebeca Andrade, Gabriel Medina, Rayssa Leal…
Mas, não adianta só assistir nossos atletas pelas telas. Vamos pensar: as crianças, adolescentes e jovens de hoje em dia já ficam muito tempo parados e expostos à telas como celulares, computadores, TVs, “maratonando” algum seriado, sem um gasto energético saudável.
Então, temos de incentivar crianças, adolescentes e jovens na prática de esporte e temos vários fatores que justificam esta importância… Lembrando que é sempre importante procurar ajuda de médicos e educadores para uma prática adequada e saudável a cada faixa etária e condição física.
Quando uma pessoa – de qualquer idade – está praticando atividade física, ela está ativando Neurotransmissores muito importantes, que regulam o humor. Justamente na irritabilidade e variações de humor tão típicas de adolescentes e pré-adolescentes este regulador de oscilações é muito bem-vindo!
Para se ter uma ideia, um paciente que tem um Transtorno de Humor considerável, como um Transtorno Depressivo, tende a ativar menos receptores de Serotonina; então, muitas vezes em terapia é necessário modular alguns comportamentos deste paciente.
Por ele estar Anedônico, ou seja, com pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer em atividades cotidianas, fica mais difícil para ele fazer alguns movimentos, pois seu sistema não está funcionando como deveria.
Muitas vezes a entrada da medicação se faz necessária, justamente para equilibrar este sistema nervoso e este paciente ficar mais “modulável”: é como se a gente “colocasse mais água na massinha de modelar”.
Assim sendo, para modular alguns comportamentos ficará menos difícil. Estes medicamentos – para pacientes que estão com Transtornos Depressivos – basicamente servem para ativar o receptor de Serotonina, que é justamente o receptor que está em baixa.
Em resumo: existe uma alteração neurobiológica neste paciente que tem um Transtorno Depressivo. Okay: todo mundo já entendeu (ou pelo menos deveria) que não é “frescura” e que isto ocorre também em crianças e adolescentes, aliás, tem sido cada vez mais frequente. Porém, quando o paciente se exercita com moderação e boa frequência ele ativa exatamente o mesmo Neurotransmissor, de forma natural, a partir desta prática da atividade física.
É claro que quando esta pessoa está como Transtorno Depressivo considerável ali instalado ela não terá força nem de fazer uma simples caminhada. Veja que até aqui só falei de um Neurotransmissor específico, que é a Serotonina, que é um extremo regulador de humor. Temos a Endorfina, a Adrenalina, a Ocitocina, a Dopamina, que são Neurotransmissores de uma potência, que as pessoas ainda não sabem.
Eles regulam atenção, humor, disposição, sono… Temos que entender que nosso corpo é uma máquina integrada; e que tudo que a gente faz pode colaborar ou prejudicar esta funcionalidade.
Incentivo: Mas o que fazer quando a criança não gosta de exercícios ou não quer participar? Ofereça, adapte, insista. Como psicóloga posso garantir que podemos treinar nosso cérebro para gostar daquilo que nos faz bem. São muitas as modalidades existentes. Os pais devem incentivar os pequenos e mesmo participar junto, sempre que possível, já que o cérebro trabalha por estímulo, exemplo e recompensa.
A prática familiar pode fortalecer os vínculos familiares, o que é um ganho extra. Meninos querendo ficar mais fortes e meninas mais magras. Não há nada de errado em querer corpos mais bonitos, entretanto, os pais devem prestar muita atenção, pois aí pode residir o fantasma dos distúrbios alimentares.
No esporte temos também os benefícios sociais, pois quando o paciente faz um movimento como esse, ele se dispõe a entrar em contato com o outro, brigar consigo mesmo, praticar o autodomínio, exercitar a consciência em modo elevado por se retirar do automático; ele se obriga a fazer um movimento que ele não quer a princípio, mas que é importante.
Simbolicamente, tem muito ganho exercitar-se, afinal o esporte simula a própria vida. Eu sempre digo que não é necessário ser um atleta, mas se colocar em movimento. O esporte em si ensina outros elementos como Disciplina, Frequência e Constância. O esporte ensina também a habilidade de vencer a preguiça, que é vencer a si mesmo. Será por isso que admiramos tanto os atletas?
Ganhar e perder, colaborar, cair e levantar são importantes lições para nossos filhos, que tal? Esporte também é uma injeção de autoestima. A prática da Atividade Física ajuda a equilibrar nosso sistema como um todo; então, na minha concepção clínica não tem como o paciente ter o mínimo de saúde mental sem praticar o mínimo de atividade física. Esta conta não vai fechar!
Portanto, para sua saúde mental e dos seus filhos, mãos à obra; vamos nos movimentar e incentivar jovens, crianças e adolescentes no mesmo caminho, que só afasta aquilo que não é bom!
Fonte: Psicologa Elisangela Niná – @psielisangelanina