Contracepção e Lactantes

Posso voltar ao contraceptivo enquanto estou amamentando?

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Especialista lista mitos e verdades sobre a contracepção pós-parto

No pós-parto, muitas mulheres desejam retornar ao seu método contraceptivo de preferência e costumam ter dúvidas sobre o que é permitido e o que pode fazer mal para seu recém-nascido.

Durante a lactação, é comum a contraindicação do uso de alguns tipos de medicamentos – pois estes, quando na corrente sanguínea, podem ser passados para o recém-nascido através do leite materno.

Rico em nutrientes para os recém-nascidos, o leite materno é ideal para a nutrição e crescimento do bebê até os seis meses de vida. Por isso, é importante manter o padrão ouro de qualidade para garantir a saúde dos pequenos – e o Ginecologista Obstetra Dr. Márcio de Queiroz Elias (CREMESP -82.558) selecionou uma série de mitos e verdades sobre o uso de contraceptivos durante o período de lactação. Confira abaixo!

Posso utilizar métodos contraceptivos no pós-parto?

VERDADE. Durante o puerpério, período que se inicia logo após a saída da placenta e dura entre 45 e 60 dias, não é necessário aguardar o retorno da menstruação para iniciar ou retomar o uso de algum método contraceptivo, pois o retorno da ovulação é variável¹.

“Há diferentes métodos contraceptivos e podemos dividi-los entre os que tem uso sem restrições, como os preservativos, uso permitido em geral, e como as pílulas anticoncepcionais de progestagênio isolados, que dependem de condições indicadas pelo médico de confiança. Por isso, é sempre importante consultar-se com um profissional e entender as necessidades da gestante e riscos hormonais presentes.” Comenta o Dr. Márcio Elias.

Os contraceptivos podem afetar o leite materno?

VERDADE. Alguns métodos contraceptivos, como as pílulas anticoncepcionais combinadas – que associam o estrogênio ao progestagênio – não são recomendados para lactantes até o sexto mês pós-parto e um destes motivos é que, o estrogênio presente nestas é um hormônio que pode suprimir a produção da prolactina², prejudicando a quantidade e qualidade do leite materno.

“Hoje, há alternativas no mercado que não possuem o hormônio denominado estrogênio, como as pílulas anticoncepcionais de progestagênio isolados. As pílulas de drospirenona isolada 4mg, por exemplo, que possuem apenas o hormônio progestagênio, são indicadas e seguras para lactantes²,³. De acordo com a OMS, os progestagênios isolados podem ser utilizados por lactantes a partir do 21º dia após o parto; já as pílulas combinadas devem ser iniciadas após, pelo menos, 6 semanas do parto4. acrescenta o Dr. Márcio Elias.

Só posso utilizar métodos contraceptivos após o fim do puerpério?

MITO. “Os métodos contraceptivos podem ser recomendados no pós-parto imediato de acordo com a necessidade e segurança do método. Há diversos métodos de contracepção, desde os não hormonais, como preservativos, aos hormonais, como os dispositivos intrauterinos e pílulas isoladas. Vai depender do tempo de puerpério e das contraindicações da paciente. Como também dito anteriormente, os métodos que contêm estrogênio são contraindicados até o sexto mês pós-parto, não fazendo parte das indicações acima.”

O aleitamento materno é um método anticoncepcional

MITO. Apesar do aleitamento materno exclusivo e da ausência da menstruação (amenorréia), uma gestação pode ocorrer neste período, principalmente com o avançar dos meses. O aleitamento sozinho não é um método contraceptivo eficaz.

Meu ciclo menstrual desregula após o parto

VERDADE. O ciclo menstrual pós-parto pode variar dependendo de diversos fatores – e um deles está ligado à amamentação.

“As lactantes produzem um nível maior de prolactina durante a amamentação e, este, é um hormônio inibidor da ovulação, podendo, por consequência, atrasar o ciclo menstrual. Assim, a primeira menstruação após o parto pode variar de 4 a 8 semanas para aparecer – e o ciclo pode demorar alguns meses e até um ano para se regular 100%.”

Os métodos contraceptivos secam o leite

DEPENDE. Medicamentos em geral podem ter influência na produção de leite e também ser transferidos para o leite, gerando um contato direto da criança com os fármacos. Por isso, muitos medicamentos não são recomendados durante o período de amamentação.

“No caso das pílulas contraceptivas, novamente, levamos em conta a presença de estrogênio, que em conjunto com progestagênios que inibem a prolactina e, consequentemente, a produção de leite materno. Neste caso, novamente, são indicados os contraceptivos que apenas possuem progestagênios, como a pílula com drospirenona isolada por exemplo, que é a opção mais moderna do mercado.”, finaliza.

Fonte: Ginecologista Obstetra Dr. Márcio de Queiroz Elias (CREMESP -82.558)

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