Fertilidade Feminina: 12 Mitos e Verdades

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente, 17% da população mundial enfrenta dificuldades na fertilidade ao longo da vida, ou seja, um a cada seis adultos apresenta dificuldades para gerar filhos.

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É considerada infértil uma pessoa ou o casal que no período de 12 meses não consegue chegar a uma gestação tendo relações sexuais regularmente sem métodos contraceptivos, mas em casos de mulheres com mais de 35 anos, o tempo cai para 6 meses”, afirma o Dr Nilo Frantz, especialista em reprodução humana da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva.

O procedimento de congelar óvulos é uma técnica que permite preservar a fertilidade das mulheres, com o surgimento de novas tecnologias na medicina, a inteligência artificial (IA) está se tornando uma peça fundamental na evolução da reprodução assistida, especialmente nos tratamentos de fertilização in vitro (FIV).

Confira, a seguir, mitos e verdades sobre a fertilidade feminina:

Mulheres com ovários policísticos nunca engravidam

MITO

Por estar relacionado a problemas hormonais que interferem na ovulação, os ovários policísticos podem prejudicar a fertilidade. No entanto, ter um ultrassom com imagens sugerindo ovários policísticos (SOP), não significa que a mulher tem essa síndrome, que pode ser uma causa ovulatória de infertilidade.

De qualquer forma, mulheres que tenham sido diagnosticadas com SOP e desejam engravidar, podem receber diversos tratamentos, como por exemplo: indução da ovulação, relação sexual programada, inseminação artificial e fertilização in-vitro. Outro ponto importante a ser destacado é a importância de bons hábitos de vida, como alimentação saudável e atividade física, para manter um peso adequado e evitar a resistência à insulina.

Abortos frequentes podem mostrar algum problema no útero

VERDADE

A mulher que já sofreu abortos espontâneos com certa frequência, pode ter alguma malformação uterina, como septos, ou ainda, alterações inflamatórias/infecciosas como endometrite crônica, além de pólipos endometriais, miomas submucosos, disfunções imunológicas e trombofilias. Para ter um diagnóstico assertivo é necessário fazer uma avaliação médica com exames adequados como: histeroscopia diagnóstica, ressonância magnética, ultrassonografia 3D, histerossonografia e exames de sangue.

Ter endometriose impede a gravidez

MITO

Durante algum tempo, a endometriose foi um impedimento para as mulheres que tentavam engravidar, pois não existia um tratamento eficaz para a patologia. No entanto, atualmente, já existem tratamentos específicos, hormonais e cirúrgicos, para fazer com que as mulheres diagnosticadas com endometriose engravidem com eficiência e segurança.

A idade é o principal fator de impedimento na fertilidade

VERDADE

Quanto mais jovem for a mulher, mais fácil será para engravidar. Isso acontece devido ao fato de que a mulher perde, continuamente, os óvulos ao longo o tempo. Além disso, eles envelhecem e perdem eficiência.

A maioria dos tratamentos para engravidar aumentam a possibilidade de gêmeos

VERDADE

A inseminação artificial apresenta uma possibilidade de gestação gemelar em torno de 10%, no caso da fertilização in-vitro, a probabilidade aumenta para 20%. Isso acontece porque, na inseminação artificial, se a mulher tiver dois ou três folículos crescendo, ela pode ovular em um deles, aumentando o número de óvulos expostos à possibilidade de fecundação pelos espermatozóides. No caso da fertilização in-vitro, é possível controlar o número de embriões que são transferidos ao útero, sendo possível reduzir as possibilidades de gêmeos a menos de 1% quando um embrião é transferido para o útero.

A culpa da infertilidade é da mulher

MITO

Acreditar que a dificuldade de engravidar é culpa, exclusivamente, da mulher é um grande erro. Os homens também têm problemas de infertilidade. As taxas de infertilidade por causas femininas e masculinas são bastante semelhantes, cada uma com cerca de 40%. O restante dos casos correspondem a casos em que ambos têm algum fator que dificulta a gravidez.

Usar pílula anticoncepcional por muito tempo provoca infertilidade

MITO

A pílula anticoncepcional não têm impacto nas chances futuras de engravidar. Independentemente do tempo de tratamento, ao parar com o uso do medicamento, a mulher já se encontra apta para a concepção novamente. No entanto, é importante salientar que a pílula não causa infertilidade, mas pode mascarar sintomas de outros problemas previamente existentes, como uma baixa reserva ovariana ou endometriose.

Útero retrovertido dificulta a gravidez

MITO

Também conhecido como útero invertido, é uma condição natural e não caracteriza uma anormalidade. A verdade é que a posição do útero não implica infertilidade, já que os espermatozóides chegam normalmente às tubas para fertilizar os óvulos. É importante salientar que essa condição também não atrapalha os tratamentos de reprodução humana.

Quem malha demais tem dificuldade de engravidar

VERDADE

Corridas de longa distância, exercícios extenuantes e uma dieta pobre em gordura, somados à alta carga de estresse físico e emocional, podem provocar amenorréia (total ausência da menstruação). Além disso, esses fatores também reduzem a produção de estrogênio, dificultando assim a gravidez.

É possível engravidar somente com um ovário e uma trompa

VERDADE

A retirada de um dos ovários ou problemas nas trompas podem prejudicar a fertilidade da mulher, mas não, obrigatoriamente, impedem a gravidez espontânea. O mínimo necessário para a gravidez é ter um ovário e uma trompa em condições saudáveis.

Alimentos afrodisíacos aumentam a fertilidade

MITO

Ter libido alta não é sinônimo de fertilidade.. Alguns alimentos podem aumentar o desejo pela relação sexual, no entanto, não vão conseguir deixar o corpo da mulher mais fértil ou apto à fecundação.

Mesmo com tratamentos, você pode não engravidar

VERDADE

Existem alguns casos em que nem todos os diagnósticos em relação à infertilidade feminina podem ser definidos. Os tratamentos servem para ajudar, no entanto, dependendo das condições específicas de cada paciente, eles podem não apresentar os resultados desejados e demandar algumas tentativas a mais para conseguir engravidar.

Fonte: Dr Nilo Frantz, especialista em reprodução humana da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva

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