Preparação deve começar três meses antes da data planejada
Quando o ponteiro chega à meia-noite do dia 31 de dezembro, de alguma forma, mesmo que seja apenas o movimento de um ponteiro, uma espécie de alívio e refrigério se espalha pelo ar. É a hora em que quase todos dão um suspiro, deixando o que ficou para trás, e mentalizam no que focar para os próximos 12 meses. Nessa listinha de resoluções tem uma que é recorrente e merece atenção especial: ter o primeiro filho.
Esse “plano” de ano novo, ao contrário do que muitos imaginam, não dura apenas nove meses. Segundo a ginecologista e obstetra do Grupo Perinatal Luciana Cima, se você quer engravidar em 2017, deve considerar três meses antes da data de concepção para engravidar com segurança.
“O ideal é agendar uma consulta pré-concepcional com seu ginecologista ou obstetra para receber orientações gerais, atualizar seus exames da rotina ginecológica e iniciar o uso do ácido fólico. E se você fuma ou consome álcool, também é importante pausar esses hábitos, no mínimo, três meses antes”, destaca a Dra. Luciana.
Para quem está usando anticoncepcional, a ginecologista recomenda um trimestre sem a pílula antes da gravidez, para uma boa recuperação do endométrio. No entanto, se você já estava grávida sem saber enquanto usava o contraceptivo hormonal, não se preocupe, pois a gestação pode ser acompanhada normalmente.
Segundo ela, durante a consulta, o médico avaliará os antecedentes clínicos e genéticos da futura gestante e da família, os hábitos de vida e ainda fará um exame clínico e ginecológico cuidadoso. A médica recomenda, ainda, que a carteira de vacinação esteja atualizada e que a paciente já tenha um acompanhamento médico de rotina.
“É importante realizar o preventivo anual, o rastreio de câncer de mama, exames de sangue para investigação de diabetes, doenças da tireoide e avaliar sorologias para doenças infecto-contagiosas que apresentam alto risco fetal se contraídas durante a gravidez. No caso de doenças pré-existentes, as orientações e planejamento mudam de acordo com o tempo necessário para controlar certas doenças”, explica.
Mudança nos hábitos
Para aquelas que têm medo de engordar, a médica ressalta que é necessário cuidado. “Exercícios muito intensos podem dificultar a concepção e levar ao crescimento fetal restrito. Prefira treinos que melhorem a capacidade física e cardiovascular, proporcionando menor ganho de peso materno e sensação de bem-estar”.
E, se você já pratica algum tipo de atividade física, boas notícias: a gestante poderá manter as atividades que já pratica, exceto em casos de esportes de contato ou combate, como o boxe, que podem botar em risco a segurança da gravidez.
Outra preocupação que pode ser dispensada, de acordo com a médica, é de comprar comprimidos polivitamínicos para a saúde do bebê. Uma dieta balanceada garante a ingestão de uma quantidade adequada de vitaminas necessária para o crescimento saudável do feto. “A paciente deve repor somente se houver diagnóstico de alguma deficiência vitamínica específica”, informa.