Psicóloga explica por que crianças e adultos devem criar memórias afetivas e preservar costumes natalinos
Montar a árvore, decorar a casa, trocar presentes, escolher a playlist e reunir parentes e amigos para a ceia. Todo Natal, essas e outras tradições se repetem na casa de muitos brasileiros. Cada família, a seu modo, cria, perpetua e renova costumes, transmitindo essa magia para novas gerações e eternizando lembranças.
No Natal de Joinville não é diferente e a prova está no tema escolhido para esse ano: “Histórias para contar, emoções para viver.” Ozei Luiz da Silva, presidente do Instituto Natal Joinville, diz que o propósito é incentivar as tradições e aproximar as gerações. “Queremos promover experiências inesquecíveis, dignas das memórias de Natal.”
A psicóloga Carolina Beckert Polli, professora do curso de Psicologia da UniSociesc, explica que o desenvolvimento humano está baseado nos aprendizados, vivências e memórias, por isso, manter tradições é fundamental. “O que a gente sabe da vida é aquilo que a gente viveu no passado. Então, quanto mais lembranças ricas, cheias de detalhes e vínculos afetivos nós tivermos, melhor vai ser a maneira com a qual vamos lidar com o outro e com o mundo”.
Segundo a psicoterapeuta, cultivar boas memórias é ainda mais importante para as crianças, que precisam se perceber como indivíduos e compreender o lugar que ocupam na sociedade. “Se as tradições são vividas com afeto na infância, esses sentimentos ressurgem na fase adulta sempre que essas datas se aproximam. As memórias constroem a nossa personalidade.”
Para quem ainda tem dúvidas sobre a importância de cultivar tradições e ajudar as crianças na construção de memórias, a psicóloga Carolina Beckert Polli lista cinco bons motivos.
1. Senso de segurança
As crianças são seres humanos em formação e as tradições revividas ano após ano trazem um sentimento de segurança. A previsibilidade e a repetição de rituais geram conforto e bem-estar, o que contribui para o desenvolvimento do senso de segurança.
2. Senso de pertencimento
O “jeito” personalizado de cada família celebrar as festividades, lidar com as tradições e repassar seus costumes fazem com que o indivíduo se sinta parte daquele grupo e reforça o senso de pertencimento.
3. Tempo de qualidade em família
As tradições e costumes familiares proporcionam momentos especiais que podem ser compartilhados e vividos juntos, aproximando diferentes gerações. No Natal, por exemplo, desde a decoração da árvore até o preparo da ceia, tudo pode ser feito em conjunto entre os filhos, pais e avós. Além de ser divertido, isso gera conexão.
4. Construção de memórias
As memórias moldam quem somos, influenciam escolhas, contribuem para a tomada de decisões e conectam as pessoas com o passado. Cultivar as tradições é uma forma de reviver momentos guardados na memória e criar boas lembranças.
5. Habilidades para lidar com emoções
As memórias afetivas desempenham papel fundamental no desenvolvimento cognitivo das crianças. Por meio de experiências sensoriais e interações sociais, elas constroem conexões neuronais que fortalecem as habilidades de entendimento, processamento e controle das emoções.
Um Natal para criar memórias
Fonte: Ozei Luiz da Silva, presidente do Instituto Natal Joinville – Psicóloga Carolina Beckert Polli, professora do curso de Psicologia da UniSociesc – 24 de novembro de 2024 a 5 de janeiro de 2025 – https://www.nataldejoinville.com.br/