Depois do anúncio da morte de Sofia, filha da cantora Lexa, com apenas 3 dias de vida, a psicóloga Tatiane Mosso fala sobre o luto perinatal.
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A perda de um bebê logo após o nascimento gera um luto intenso e, muitas vezes, solitário. Isso acontece porque a sociedade, de modo geral, ainda não reconhece essa dor como legítima, dificultando a expressão dos sentimentos dos pais enlutados”, explica a psicóloga Tatiane Mosso, da capital paulista.
Diferente de outras perdas, o luto perinatal carrega a dor da expectativa interrompida. Desde o momento em que a gravidez é confirmada, os pais começam a construir sonhos e planos para aquele bebê. A interrupção abrupta dessa trajetória pode gerar sentimentos de culpa, frustração, ansiedade e até depressão.
De acordo com a especialista, um dos maiores desafios é lidar com as frases de consolo que minimizam a dor, como “vocês terão outro bebê” ou “foi melhor assim”. “Essas falas, ainda que ditas com boa intenção, acabam desconsiderando o vínculo que já existia e não dão espaço para a vivência do luto”, pontua.
A psicóloga ressalta que cada pessoa lida com o luto de forma única, mas de modo geral a dor da perda precisa ser vivida e não reprimida. “Negar os sentimentos pode prolongar o sofrimento, por isso também que os rituais de despedida, como os velórios, por exemplo, podem ajudar na elaboração do luto”, ensina.
A especialista ainda afirma que não há um tempo certo para superar uma perda, por isso que respeitar as emoções da dor da perda precisa ser feito com empatia e acolhimento. Segundo a psicóloga, quebrar o silêncio e trazer informações sobre o luto perinatal ajuda a reduzir o estigma e a garantir que mães e pais enlutados tenham o suporte adequado. “É essencial que as famílias saibam que sua dor é válida e que não precisam enfrentá-la sozinhas”, conclui.
Fonte: Tatiane Mosso= tatianemossopsicologa – psicóloga com aprimoramento clínico em Fenomenologia-Existencial pela PUC-SP e especialização em psicologia clínica na perspectiva Fenomenológico-Existencial pelo Instituto de Psicologia Fenomenológico-Existencial do Rio de Janeiro – IFEN.