Amamentação eficiente melhora a qualidade do sono do bebê e proporciona mais descanso para toda a família. Entenda como encontrar o equilíbrio entre livre demanda e livre oferta e garantir mamadas mais eficazes

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A privação de sono é um dos maiores desafios enfrentados pelos pais nos primeiros meses de vida do bebê. O choro frequente e as mamadas constantes podem gerar insegurança e exaustão, mas entender a relação entre amamentação e sono pode tornar essa fase mais leve para toda a família. No Dia Mundial do Sono, a Dra. Alessandra Paula, fisioterapeuta especialista em pós-parto e aleitamento humano, destaca a importância de uma amamentação eficiente para garantir noites mais tranquilas.
“A amamentação é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento saudável do bebê, e sua influência vai muito além da nutrição. Quando bem-sucedida, ela melhora a qualidade do sono do recém-nascido, trazendo benefícios para toda a família”, explica Dra. Alessandra.
Muitos pais confundem os conceitos de amamentação em livre demanda e livre oferta. Embora pareçam semelhantes, suas diferenças podem impactar diretamente a experiência da amamentação e o descanso da mãe e do bebê.
- Livre demanda: O bebê mama sempre que demonstra sinais de fome, sem horários rígidos. Esse método respeita as necessidades naturais da criança e favorece um padrão de amamentação mais equilibrado.
- Livre oferta: A mãe oferece o peito com alta frequência, independentemente da fome do bebê. Apesar de bem-intencionado, esse modelo pode levar à exaustão materna e a dificuldades na amamentação.
“Muitas mães sentem uma grande pressão social para amamentar sem pausas, acreditando que o choro do bebê sempre significa fome. Mas, chorar é a principal forma de comunicação do recém-nascido e pode indicar muitas outras necessidades, como sono, desconforto ou necessidade de aconchego”, esclarece a especialista.
A chave para um sono mais tranquilo é garantir que a amamentação seja eficiente. Para isso, é importante observar alguns sinais de que o bebê está se alimentando corretamente:
- Pega correta e sucção eficaz – A boca do bebê cobre boa parte da aréola, os lábios estão virados para fora e a sucção é profunda e ritmada.
- Deglutição visível e audível – Durante a mamada, é possível perceber o bebê engolindo leite.
- Sinais de saciedade – O bebê solta o peito sozinho, fica relaxado e não demonstra mais interesse pelo seio.
- Fraldas cheias – Pelo menos seis fraldas de xixi por dia e evacuações frequentes são sinais de boa nutrição.
- Ganho de peso regular – O acompanhamento com pediatra ou especialista em amamentação ajuda a monitorar o desenvolvimento do bebê.
Uma das grandes dúvidas das mães é a relação entre o tempo que o bebê passa mamando e sua satisfação. “Mamar bem não está associado à quantidade de horas que o bebê passa no seio, mas sim à efetividade da mamada. Quando o bebê suga de forma correta e recebe leite de maneira adequada, ele fica satisfeito por mais tempo, dorme melhor e permite que a mãe também descanse”, explica Dra. Alessandra.
Segundo a especialista, quando a amamentação não está sendo efetiva, o bebê pode demonstrar sinais de insatisfação, como choro frequente após a mamada e dificuldades para ganhar peso. Nesses casos, buscar a orientação de um profissional pode fazer toda a diferença para garantir um aleitamento bem-sucedido.
“Mãe cansada desiste, e bebê que não mama bem, não dorme bem. Mas com bom senso, ciência e paciência, é possível tornar essa fase mais leve para todos”, finaliza a Dra. Alessandra Paula.
Fonte: Alessandra Paula Santos Fisioterapeuta – CREFITO 392075-F – Fisioterapeuta formada pela Universidade de Santo Amaro – Especialista em Amamentação pelo Hospital Albert Einstein – Especialista em aleitamento humano e seus obstáculos pela escola Bianca Balassiano Cursos extras em aleitamento materno nível avançado: Cirurgias mamárias, Hiperlactação, Desmame, Uso de Fitoterápicos, Síndrome de Down, Fissura Palatina.