Sintomas vão de mal hálito à apneia
Adenoide, mais conhecida por carne esponjosa, é um tecido linfoide que existe no fundo do nariz (transição nariz e garganta), surge na infância, entre dois e seis anos de idade, e causa problemas otorrinolaringológicos.
Dra. Jeanne Oiticica, médica otorrinolaringologista, otoneurologista e Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, conta que alguns sinais podem levantar a suspeita como respirar de boca aberta, o que dificulta a passagem do ar pelo nariz.
“Roncos e apneia são outros sintomas que podem sufocar a criança durante o sono pela restrição à passagem do ar pela via respiratória, em casos raros a apneia pode levar à morte súbita. Otites de repetição ou crônica também podem estar presentes, pois a denóide obstrui o óstio de drenagem das secreções dos ouvidos, conhecido como tuba auditiva. Ainda pode ocorrer sinusites de repetição e ou repercussões no desenvolvimento do arcabouço da face (1/3 médio da face pouco desenvolvido) e a arcada dentária, incluindo elevação do palato (céu da boca), mordida cruzada ou aberta anterior”, explica a especialista.
Tratamento da carne esponjosa – Dra. Jeanne conta que o tratamento depende da intensidade dos sintomas, da recorrência dos mesmos, do número de crises por ano, das repercussões clínicas e do impacto direto do problema na qualidade de vida da criança.
“Existem indicações relativas e absolutas para cirurgia de adenoide. A cirurgia, em geral, deve ser evitada em menores de dois anos de idade pelo risco de recidiva da carne esponjosa. Na parte clínica está incluído o tratamento das crises agudas de adenoidite, da rinite de base e ou sinusite quando esta está presente, antialérgicos, corticóides, sprays nasais, lavagem nasal diária com soro fisiológico, imunomoduladores, descongestionantes, entre outros. Só o especialista da área de Otorrinolaringologia pode avaliar qual a melhor indicação para que a qualidade de vida da criança melhore”, ressalta a médica.
Perfil Dra. Jeanne Oiticica
Médica otorrinolaringologista, formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientadora do Programa de Pós-Graduação Senso-Stricto da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP.
Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Professora Colaboradora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Responsável do Ambulatório de Surdez Súbita do hospital das Clínicas – São Paulo.