Com a chegada do outono, a temperatura tende a cair, o ar fica mais seco e a incidência de casos de doenças respiratórias em crianças começa a aumentar. Entre as principais causas de hospitalização dos pequenos nesta época do ano está a bronquiolite, infecção do trato respiratório inferior que acomete, principalmente, bebês em seu segundo trimestre de vida.
De acordo com o pneumologista infantil do Hospital Edmundo Vasconcelos, Rubens Tadeu Bonomo, a doença é causada por uma infecção viral, e tem como agente principal o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). “O que ocorre é que o vírus infecta células dos brônquios e bronquíolos, causando danos e inflamação. Consequentemente, há uma obstrução das vias aéreas”, explica o médico.
Por conta desse bloqueio, a bronquiolite apresenta sintomas como coriza, tosse e febre. Após o período de três a cinco dias, a infecção evoluí para um quadro obstrutivo agudo, com respiração acelerada, chiado e cansaço. “Apesar dessa mudança de sintomas, a doença mostra, na maioria dos casos de pacientes previamente saudáveis, evolução benigna e com pequena porcentagem de pacientes que necessitam de hospitalização”, ressalta.
Alguns fatores, no entanto, podem aumentar o risco de desenvolver um grau mais grave da doença. Segundo o pneumologista infantil, nesta lista estão as crianças prematuras, com doença pulmonar crônica, com defeitos congênitos e anatômicos das vias aéreas, cardiopatias congênitas, imunodeficiência e doença neurológica.
Para tentar prevenir o problema, é importante ficar atento a pequenas ações diárias. “A medida mais eficaz é a higienização das mãos, mas somado a isso, também se deve evitar o tabagismo passivo, contato com pessoas que estejam com infecções respiratórias, lugares com aglomerações, que facilitam a transmissão do vírus”, complementa o médico.