Os riscos variam de casal para casal e para avaliar o grau o ideal é a realização de um aconselhamento genético
Todo mundo diz que casar com o primo de primeiro grau é muito perigoso, pois pode gerar filhos com deficiências. Esse tema é cercado de preconceito e incertezas, que passa de gerações para gerações sem que se discuta qual a verdadeira lógica dessa afirmação.
De acordo com uma pesquisa do Conselho Nacional da Sociedade de Genética dos Estados Unidos, o risco de um casal sem parentesco gerar um filho com uma doença recessiva é de 3%. Já para casais que têm consanguinidade, o risco sobe para quase 6%. Isso quer dizer que há a possibilidade de 94% do bebê fruto de uma relação entre parentes nascer saudável.
O aumento no risco ocorre porque as pessoas que possuem parentesco podem portar alguns dos mesmos genes causadores de doenças, herdados de ancestrais comuns.
Se o casal de primos já teve um filho com uma doença recessiva aí sim os riscos sobem muito e ficam em torno de 25 por cento de chances da nova gestação gerar outro filho com a doença.
Cientistas da Universidade de Massachusetts afirmam num artigo publicado na revista científica Public Library of Science que casais primos têm o mesmo risco de desenvolver um bebê com deficiência do que uma mulher que gere um bebê aos 40 anos. Dificilmente alguém desaconselha uma mulher de 40 anos ter um bebê, mas isso acontece, e muito, com um casal que são primos.
O que os casais que têm consanguinidade precisam fazer é um aconselhamento genético. Nesse aconselhamento serão feitos estudos na família e levantado o risco daquele casal específico de desenvolver alguma alteração no filho que será gerado.
Para os casais que vêm de famílias sem histórico de doenças genéticas, o risco é realmente baixo. No caso de famílias em que são comuns casos de doenças genéticas graves, como as que levam à surdez e a problemas neurológicos, o risco cresce bastante. O casal deve fazer pelo menos uma avaliação antes da decisão de ter filhos.
Depois do aconselhamento genético, a decisão de ter filhos e de determinar se o risco é grande ou não são dos pais.