O parto é um momento em que deve ser respeitado o protagonismo feminino, ou seja, a mulher deve ter a mínima intervenção médica possível e direito de escolha
Atualmente no contexto da humanização do nascimento é fundamental entender o que de fato significa, muito tem se discutido acerca da humanização do nascimento, mas poucos entendem sobre o assunto.
Segundo o obstetra Dr. Gustavo Ventura, o parto é um momento em que deve ser respeitado o protagonismo feminino, ou seja, a mulher deve ter a mínima intervenção médica possível e direito de escolha. “É um modelo a ser seguido, sim, já que o Brasil é campeão mundial em cesarianas e precisa rever a forma de nascer dos brasileiros que é, segundo a OMS, no mínimo destoante do resto da política de parto a nível mundial”, afirma o médico.
Os benefícios de um parto normal humanizado têm sido amplamente divulgados, e deve ser estimulado sempre. O Dr. Gustavo reforça que é importante informar que o trabalho de parto reduz o desconforto respiratório neonatal, assim como alergias e infecções, e para a mãe permite uma recuperação mais tranquila e sem os riscos de infecção, hemorragia e óbito que estão bastante aumentados na cesariana. “As gestantes podem se preparar para o parto humanizado se conscientizando do seu corpo e entendendo todas as fases do parto”, diz a fisioterapeuta Alessandra Sônego, especialista em obstetrícia.
O empoderamento da mulher é essencial para que o processo de nascimento do seu filho seja uma experiência satisfatória e plena. Dizer que ela vai conseguir e que a dor está associada a algo maravilhoso e que existem formas de alívio como posições, alongamentos, banhos, danças é bastante útil, explica o Dr. Gustavo.
Amobilidade maternadurante o trabalho de parto é uma prática vantajosa e segura, e a liberdade de movimentos auxilia o encaixe do feto à pelve materna e ao canal de parto, além de aliviar a dor das contrações, completa Alessandra.
Entretanto, o Ministério da Saúde criou a proposta de humanização do parto, a qual visa prestar assistência humanizada ao nascimento e ao parto e resgatar a posição central da mulher no processo do nascimento, respeitando sua dignidade, autonomia e fisiologia do parto.
Dr. Gustavo Ventura é médico ginecologista e obstetra com Subespecialidade em Mastologia, especialista em Ginecologia e Obstetricia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e membro da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Alessandra Sônegoé fisioterapeuta especialista em Saúde da Mulher pela Universidade de São Paulo (USP), da clínica Athali Fisioterapia Pélvica Funcional, atuante na área de reabilitação dos músculos do assoalho pélvico e obstetrícia. Especialista em acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa pela FACEI (2011).