A importância da Prevenção contra o Vírus VSR nos Primeiros Meses de Vida

Especialista da USP explica sobre os riscos causados pelo vírus sincicial respiratório (VSR) especialmente em bebês e medidas preventivas para evitar o contágio

O vírus sincicial respiratório (VSR) é um agente que provoca infecção respiratória e é um dos principais causadores da bronquiolite e pneumonia viral nos menores de 2 anos, doenças que podem levar à insuficiência respiratória. Esses quadros são mais graves nessa faixa etária devido à imaturidade imunológica e menor calibre das vias aéreas, que ficam mais facilmente obstruídas pelo excesso de secreção produzidas durante a atividade da doença.

Pelo vírus ter maior circulação no ambiente entre março e julho, os médicos alertam sobre a importância do tratamento preventivo neste período, com medicamentos injetáveis chamados de imunização passiva. “A prevenção é de forma medicamentosa, em que o paciente recebe as células de defesa já prontas, para que quando ele tenha contato com o vírus, esse não consiga se proliferar no organismo, evitando as complicações dessa infecção”, diz a reumatologista pediatra da clínica EVCITI, Lara Melo e médica assistente da faculdade de medicina da USP. “Essas células de defesa já prontas se chamam palivizumabe e nirsevimabe, sendo conhecidas comercialmente como Synagis e Beyfortus”, explica.

Para prevenção das doenças do trato respiratório provocadas pelo VSR, os medicamentos injetáveis são aplicados mensalmente ou em dose única, no período de maior circulação do vírus.

No caso do palivizumabe (Synagis) o número de doses são de até cinco (março a julho), sendo que a profilaxia finda ao término do período de aplicação, portanto não são todos os pacientes que receberão as 5 aplicações, pois dependerá da data de nascimento. Quanto ao nirsevimabe (Beyfortus), ele será aplicado em dose única no mês que antecede a sazonalidade (fevereiro) ou no período de maior circulação do vírus (março a julho).

Segundo a médica, é indicado aplicar o palivizumabe nos seguintes casos:

·Crianças menores de 1 ano, que nasceram prematuras (com idade gestacional menor de 29 semanas), durante a sazonalidade do vírus.

.bebês prematuros nascidos entre 29 e 31 semanas e 6 dias de idade gestacional nos primeiros 6 meses de vida, durante a sazonalidade do vírus.

.Crianças menores de 2 anos, portadoras de doença pulmonar crônica da prematuridade e que necessitaram de terapêutica (corticosteroides, broncodilatador, diuréticos, suplementação de oxigênio).

·Crianças menores de 2 anos com cardiopatia congênita, com repercussão hemodinâmica, hipertensão pulmonar grave ou necessidade de tratamento de insuficiência cardíaca congestiva (ICC).

Já para o caso do nirsevimabe, a indicação é

  • todos os lactentes com até 12 meses de idade, um mês antes ou durante o período de maior circulação do VSR (sazonalidade).

Dra Lara Melo recomenda também que bebês em geral evitem aglomerações e contato com pessoas que apresentem sintomas de resfriado ou gripe. “Caso o paciente tenha contato com o vírus e desenvolva a doença, a profilaxia deve ser suspendida”, orienta a médica.

É importante ressaltar que, além das crianças, a infecção pelo VSR é perigosa em pessoas idosas, imunocomprometidas, transplantadas e pacientes com doenças pulmonares ou cardíacas crônicas.  “Como não se trata de uma vacina, esses medicamentos não geram imunidade duradoura, sendo assim, uma pessoa que tenha recebido o palivizumabe ou nirsevimabe na infância não está protegido na vida adulta, por isso a importância de ficar atento aos meios prevenção nesses outros grupos etários”, afirma a médica.

No caso dos idosos, há a vacina Arexvy e Abrysvo, que podem sem aplicadas independente da sazonalidade do vírus. Para as gestantes, é indicado a vacina Abrysvo em que as células de defesa produzidas pela mãe são transferidas pera o bebê através da placenta. Lembrando que a proteção da família também gera proteção para os bebês.

Fonte:

Dra Lara Melo – é médica da Unidade de Reumatologia Pediátrica do ICr, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Tem título de especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia e faz parte do corpo clínico da EVCITI, do Grupo CITA.

Clínica EVCITI 

A EVCITI Terapia Assistida pertence ao Grupo CITA (Centros Integrados de Terapias Assistidas), uma holding referência em todo Brasil para tratamentos de doenças raras e autoimunes composta por cinco clínicas, IBIS, Novaclin e Cliagen, em Salvador e EVCITI e Quiron, em São Paulo elencadas no core business: neuroimunologia, reumatologia, dermatologia e gastroenterologia

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