ABRAF cria Jogo Virtual para Conscientizar sobre Asma Pediátrica

Associação quer melhorar a qualidade de vida de pacientes e conscientizar crianças, famílias e comunidade escolar

O Brasil é um dos países com maior prevalência de asma: estima-se que entre 20% e 25% da população tenha a doença, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em crianças, além de levar a internações frequentes, se não houver atendimento adequado, ela pode levar a óbito. Pensando nisso, a ABRAF (Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas) criou o Asmaland, um jogo para celular para promover melhoria na qualidade de vida de pacientes com asma pediátrica e assim, promover a conscientização sobre a doença para crianças, famílias e comunidade escolar.


Um estudo realizado pela App Guardian identificou que as crianças passam, em média, 5,7 horas no celular em dias escolares. Aos sábados e domingos, o uso do aparelho sobe 20%. Deste tempo, 35% é gasto em jogos. A ideia era unir o tempo que os pequenos passam jogando à conscientização sobre a doença.


“Criar um jogo infantil para celular é uma maneira de conscientizar as crianças sobre o que é a doença e como tratá-la. Saber mais sobre a asma é um passo importante na busca por acompanhamento médico adequado para as crianças”, explica Flávia Lima, presidente da ABRAF. O jogo é direcionado para crianças lusófonas em todo o mundo, com idades entre 8 e 11 anos.


Os temas abordados nas fases do jogo serão:


1. Reconhecimento de gatilhos: poeira, mofo, pets, atividades físicas, pólen, fumaça, clima, insetos, perfume, infecções, emoções etc.;


2. Automanejo de sintomas: tosse, chiado, aperto no peito, falta de ar, nariz escorrendo, olhos lacrimejados, pele esticada no peito, abstenção e evasão escolar, limitações físicas, insônia etc.;


3. Orientação para o tratamento: número de utilizações do inalador, horas entre medicações quando sentindo bem-estar, realizando exercícios, exacerbando etc.;


4. Aprender como usar inaladores e nebulizadores: tampa, espaçador, técnicas de respiração, colocação do remédio;


5. Dia-a-dia com família, amigos e comunidade escolar.


Entre os objetivos do jogo estão estimular o conhecimento dos sintomas e o autocuidado do paciente, explicando sobre o tratamento e, possivelmente, reduzir a abstenção e a evasão escolar. Além disso, o jogo quer promover momentos seguros para pacientes em casa e na escola, através da conscientização do paciente e das demais crianças.


O desenvolvimento do Asmaland é resultado de um prêmio internacional que a ABRAF recebeu em 2020 da CHEST Foundation (classe médica de pneumologistas dos Estados Unidos). O aplicativo foi desenvolvido com consultoria científica da pneumologista do Hospital Dia do Pulmão em Blumenau, Marina Andrade Lima, que também é membro do Comitê Científico da ABRAF. A dra. Marina é, inclusive, personagem do jogo.


“Hoje em dia eu tenho o entendimento de que informação é poder e, logo, a gente precisa empoderar os pacientes e seus familiares sobre a doença que eles têm. Esse poder não pode ficar concentrado na mão do médico e dos outros profissionais de saúde. O paciente precisa entender a sua doença para que ele possa tomar as decisões que julgar melhores para o tratamento dele, afinal é o corpo dele. E as crianças podem sim participar dessas tomadas de decisão, dessa compreensão a respeito da doença delas, desde que a gente faça isso com uma linguagem adaptada e adequada. E foi isso que a gente tentou fazer com o Asmaland, através dos games, através dos jogos, mostrar quais seriam os sintomas, quais seriam os gatilhos, o que faria ela ter aquele sintoma para que ela pudesse sozinha compreender e evitar, adaptar o tratamento, adaptar as questões do dia a dia dela para que a criança pudesse controlar sozinha a sua doença, sem depender tanto dos adultos”, afirma dra. Marina. 

Fonte: A ABRAF – Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas é uma entidade privada sem fins lucrativos, cujo objetivo é apoiar a comunidade afetada por Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas por meio de conscientização, apoio e promoção de políticas públicas.
 

Deixe um comentário