Apesar dos inúmeros benefícios, incluindo um melhor desenvolvimento, a amamentação exclusiva alcança apenas 45,8% dos bebês com até seis meses
O Agosto Dourado destaca a importância do aleitamento materno para o desenvolvimento dos bebês, com a transferência de anticorpos e fortalecimento da imunidade, protegendo-os de infecções e doenças. Estudos apontam inclusive a associação entre o leite materno e a menor incidência de casos de câncer, reforça a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE).
Além da associação entre o aleitamento e a redução na prevalência do câncer de mama e câncer de útero para a mulher, o fator de proteção para a criança também é significativo. “Uma meta-análise (que incluiu 45 artigos, com mais de 400 mil indivíduos) mostrou a relação entre amamentação e menores índices de leucemia na infância”, afirma a Dra. Maristella Bergamo, oncologista pediátrica da SOBOPE.
A leucemia é responsável por uma parte considerável dos casos de câncer entre crianças e é uma das principais causas de morte nessa faixa de idade. Uma pesquisa internacional publicada no Journal of American Medical Association reúne informações de diversos estudos e confirma que a amamentação materna é capaz de reduzir as chances de leucemia entre os pequenos.
O que a ciência já sabe há algum tempo é que a amamentação auxilia o sistema imunológico a desenvolver defesas contra a diarreia, pneumonia e infecções em geral. Diminui também os riscos de infecções e alergias, além de provocar um efeito positivo no desenvolvimento cognitivo. A amamentação ainda sacia a fome, contribui para uma melhora nutricional e reduz as chances de obesidade e diabetes.
Rede de apoio
A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria sugerem a amamentação com leite materno desde a sala de parto, em livre demanda. A recomendação mundial é de que o aleitamento deve ser exclusivo até os seis meses e complementado com adição de alimentos até os dois anos ou mais. No Brasil, no entanto, a amamentação exclusiva alcança apenas 45,8% dos bebês com até seis meses
Por isso, a rede de apoio formada pelas pessoas próximas à mulher lactante é fundamental ao longo deste processo. “A família ou pessoas do convívio devem sim apoiar, dando todo suporte necessário, desde pegar um copo d’água até acordar a noite para ajudar nos cuidados com o bebê. É preciso estimular a mãe e dessa forma contribuir para a saúde e bem estar tanto dela quanto da criança”, conclui a oncologista pediátrica da SOBOPE.
Fonte: SOBOPE – Fundada em 1981, a SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao câncer infanto-juvenil e seu tratamento para todas as regiões do País e uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais. Promove o ensino da oncologia pediátrica, visando à divulgação e troca de conhecimento científico da área em âmbito multiprofissional.