Na Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada de 1 a 8 de agosto, campanhas incluem realidade de mães que trabalham e enfrentam dificuldades durante a amamentação
Em 2023, a campanha da Semana Mundial do Aleitamento Materno, de 1 a 8 de agosto, mobilização idealizada pela World Alliance for Breastfeeding Action (WABA) – organização global sem fins lucrativos dedicada à promoção, proteção e apoio à amamentação –, terá como tema o suporte a mães e pais que trabalham. A principal mensagem é sobre a necessidade de atualizar políticas de proteção social parental, para que atendam ao contexto atual pós-pandemia.
“As campanhas de amamentação têm evoluído ao longo do tempo para se tornarem mais realistas e inclusivas. Muitas enfatizam a importância de informar as mães sobre as vantagens de amamentar, ao mesmo tempo que abordam todas as dificuldades que podem ser enfrentadas. O assunto tem sido cada vez mais abordado como um processo natural que demanda apoio, paciência e informação. O foco atual está voltado para o apoio às mães, seja por meio de profissionais de saúde, grupos de apoio ao suporte de familiares e amigos”, destaca a enfermeira neonatal intensivista especialista em amamentação Cristiane Griffin, do Hospital e Maternidade Sepaco.
Por atuar em unidade referência no atendimento a casos de alta complexidade, como malformações congênitas, Cristiane ressalta que o leite materno é de extrema importância em todos os casos.
“O leite materno é essencial às necessidades específicas de cada bebê, independentemente de suas condições de saúde. Ele fornece nutrientes fundamentais, fatores imunológicos e promove o vínculo entre a mãe e a criança. Há situações em que pode ser necessário o uso de dispositivos especiais, como sonda gástrica, para oferecer o leite materno ao bebê, mas isso deve ser orientado e acompanhado por profissionais de saúde especializados. Em resumo, o leite materno é altamente recomendado para bebês, pois oferece inúmeros benefícios para saúde e bem-estar geral”, diz.
As maiores dificuldades na amamentação
Apesar de ser um processo natural, a amamentação pode ser desafiadora para muitas mulheres. Cada mulher é única, e as experiências variam.Mostrar tanto os benefícios quanto as dificuldades enfrentadas no dia a dia é um serviço para mulheres estarem informadas e buscarem apoios necessários.
Entre as principais dificuldades, estão:
– Pega correta: Uma pega adequada do bebê ao seio materno é essencial para uma amamentação confortável e eficiente. A pega incorreta pode causar dor nos mamilos e levar à baixa produção de leite.
– Baixa produção de leite: Algumas mães podem sentir que estão produzindo menos leite do que o necessário para o bebê. Isso pode ser causado por diversos fatores, como a falta de estimulação adequada, estresse e outros problemas de saúde.
– Ingurgitamento mamário: O acúmulo excessivo de leite nas mamas pode causar desconforto e dificultar a amamentação.
– Dificuldades emocionais: Muitas mães podem se sentir ansiosas ou inseguras em relação à amamentação, principalmente nos primeiros dias após o parto.
Mas e quando é preciso complementar?
Quando o bebê não está ganhando peso adequadamente, a produção de leite é insuficiente ou quando há outras questões de saúde envolvidas, pode ser necessária a complementação fórmula infantil.
“A indicação deve ser feita por um pediatra, que irá avaliar a situação específica de cada mãe e bebê. É preciso considerar todas as circunstâncias, a mãe ter sempre o apoio e orientação de uma enfermeira ou profissional da saúde qualificado para dar continuidade ao aleitamento, mesmo com complementação”, alerta a enfermeira.
Ao invés do uso precoce de mamadeiras, que podem levar à confusão de bicos e dificultar a amamentação, os copinhos são preferíveis para a introdução de fórmula.
Fonte:Eenfermeira neonatal intensivista especialista em amamentação Cristiane Griffin, do Hospital e Maternidade Sepaco.