Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura podem chegar a 90%; pais e responsáveis devem ficar atentos a sinais como obstrução nasal, sinusite crônica ou até mesmo casos de estrabismo
Considerado o quinto tipo com maior incidência no Brasil, o câncer de cabeça e pescoço é mais comum em adultos, mas também pode comprometer crianças e adolescentes. O Hospital do GRAACC, referência no tratamento de crianças e adolescentes com câncer de todo o Brasil, destaca que um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio.
“Nós recebemos crianças e adolescentes com tumores muito extensos, comprometendo muitas vezes a respiração. Se identificados e tratados precocemente a chance de cura são muito boas, por exemplo o rabdomiossarcoma orbital, as chances de cura são de 90% se o diagnóstico é precoce”, diz a Dra. Eliana Maria Monteiro Caran, oncologista pediátrica do Hospital do GRAACC.
Em crianças, geralmente, esse tipo de câncer é causado por eventos genéticos. “Muitas vezes a criança nasce com uma alteração genética que predispõe ao tumor, já em adolescentes existe a infecção crônica por certos vírus, incluindo o HIV, o vírus de Epstein Barr e o HPV. Em adultos existem alguns fatores de risco, como, por exemplo, exposição à radiação, exposição ao tabaco e o consumo de álcool”, explica a médica.
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura. Por isso, é preciso ficar atento a alguns sintomas. “O quadro clínico depende da localização do tumor, mas pode se manifestar com o aumento de linfonodos no pescoço, obstrução nasal, como uma sinusite que não melhora e a criança começa a dormir com dificuldade, começa a roncar a noite. Muitas vezes sai secreção sanguinolenta do ouvido, ou até mesmo casos de estrabismo”, revela Dra. Eliana.
Em ordem de incidência na cabeça e pescoço de crianças e adolescentes, a neuro-oncologista pediátrica do Hospital do GRAACC afirma que o mais comum são os linfomas, principalmente o linfoma de Hodgkin, que se manifesta pelo aumento dos linfonodos e pescoço. “Mas também temos os sarcomas, o carcinoma de rinofaringe, o carcinoma de tireoide e depois os tumores de glândulas salivares.
Esses pacientes exigem um tratamento mais complexo, porque além da questão do tumor existem também algumas questões estéticas e funcionais, como a alimentação e respiração, tudo isso pode estar comprometido”, explica a médica.
Para tratar a especialidade de forma integral, o Hospital GRAACC conta com uma equipe multiprofissional envolvendo radioterapia, diagnóstico por imagem, fonoaudiologia e psicologia.
Fonte: O Hospital do GRAACC é referência no tratamento do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnico-científica com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer pediátrico, o desenvolvimento de ensino e pesquisa.