Interocepção e os desafios no autismo
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A alexitimia é uma condição mental em que há dificuldade em reconhecer e expressar as emoções verbalmente. Essa dificuldade está frequentemente associada a um estilo de pensamento mais concreto, que pode dificultar a compreensão das relações interpessoais e a teoria da mente, que é a capacidade de inferir os sentimentos e pensamentos dos outros”, explica Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto.
Ela ressalta que a alexitimia é comum em pessoas no espectro do autismo, embora nem sempre seja reconhecida como tal. “No autismo, muitas vezes falamos mais sobre teoria da mente do que sobre alexitimia, mas esses conceitos estão intimamente relacionados”, conta.
Interocepção e os desafios no autismo
“A interocepção refere-se à capacidade do nosso cérebro de sentir as sensações internas do nosso corpo, como fome, sede, cansaço e estresse. Para as pessoas com autismo, pode ser mais difícil perceber essas sensações internas”, observa Calmeto.
Ela destaca que as pessoas no espectro autista podem ter um limiar de tolerância maior para essas sensações, o que pode resultar em dificuldades para reconhecer necessidades fisiológicas básicas. “Isso pode afetar a saúde e o bem-estar das pessoas com autismo, e é importante abordar essas questões para promover uma melhor qualidade de vida”, destaca.
Mitigando os mitos em torno do autismo
Calmeto também aborda os mitos frequentes associados ao autismo, como a ideia de que as pessoas com essa condição não podem aprender ou ter sucesso no trabalho e nas relações interpessoais.
“Efetivamente, esses mitos podem gerar estigmas e prejudicar o desenvolvimento das pessoas no espectro autista. É crucial desafiá-los e fornecer apoio adequado para que as pessoas com autismo possam alcançar seu pleno potencial.”
Desafios enfrentados pelas famílias
Além dos desafios enfrentados pelas pessoas com autismo, Calmeto destaca os desafios emocionais enfrentados pelas famílias.
“O ‘luto do filho perfeito’ é um aspecto difícil para muitas famílias lidarem. É um processo de aceitação que pode envolver sentimentos de culpa, frustração e isolamento. É importante oferecer apoio e compreensão para essas famílias, bem como acesso a tratamentos e terapias adequadas.”
Fonte: Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto.