Julho, férias, criançada em casa e o controle com a alimentação saudável pode se tornar um desafio. Como manter uma dieta equilibrada, rica em nutrientes e sem a criança olhar “torto” para a comida?
Planejamento é fundamental, segundo a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato. Ela comenta que, durante as férias, é comum que a rotina das crianças seja mais flexível. No entanto, isso não significa que a alimentação deva ser negligenciada. “Planejar as refeições com antecedência é essencial para garantir que a criança consuma alimentos saudáveis. Faça uma lista de compras com opções nutritivas, como frutas frescas, legumes, grãos integrais, laticínios e proteínas magras”, aconselha a especialista, que alerta para os perigos do consumo excessivo de alimentos processados, ricos em açúcar, vitaminas trans e aditivos químicos.
Optar por refeições caseiras, preparadas com ingredientes frescos e naturais é sempre indicado. “Envolva a criança na preparação das refeições, tornando-a parte do processo, despertando seu interesse pela culinária saudável”, orienta Dra Lorena.
A endocrinologista ainda lista algumas dicas:
Lanches saudáveis: As férias costumam incluir lanches entre as atividades. Em vez de oferecer opções pouco saudáveis, como salgadinhos industrializados e refrigerantes, proporcione alternativas nutritivas. Tenha sempre à disposição opções como frutas picadas, iogurtes naturais, nozes, barras de cereais caseiras ou sucos naturais.
Mantenha uma hidratação adequada: Durante as brincadeiras ao ar livre e as atividades físicas, é essencial que as crianças se mantenham hidratadas. Incentivo ao consumo de água regularmente e evite o excesso de sucos industrializados e refrigerantes açucarados. Uma dica interessante é preparar água saborizada naturalmente, adicionando rodelas de frutas frescas ou ervas aromáticas.
Explore as opções saudáveis em festas e passeios: Durante as férias, é comum que as crianças participem de festas, encontros com amigos e passeios. Nestas ocasiões, nem sempre é possível controlar completamente a alimentação dos pequenos. No entanto, é possível buscar opções mais saudáveis entre as escolhas disponíveis, como frutas, saladas, sanduíches naturais e sucos naturais.
Nunca é demais lembrar que a obesidade infantil já é considerada uma epidemia mundial. Segundo o Atlas da Obesidade 2022, publicado pela World Obesity Federation (leia aqui), prevê-se que 23,12% das crianças de 5 a 9 anos e 18,60% dos adolescentes de 10 a 19 anos serão afetados pela obesidade até 2030, totalizando 44 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos em todas as Américas. No Brasil, a estimativa é de 7,7 milhões de crianças com obesidade até 2030.
Fonte: Dra. Lorena Lima Amato – A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.