O ato de uma criança andar na ponta dos pés pode levantar preocupações para muitos pais
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Mas é importante entender que não existe uma única explicação para esta atitude. “Muitos pais já chegam no consultório interpretando o andar do filho como sinal claro de Autismo. Mas o diagnóstico leva em conta uma análise muito mais abrangente. Além disso, existem inúmeras possibilidades de diagnóstico para esta forma de caminhar”, explica a neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto.
Abaixo, ela explica mais sobre o assunto:
1. Andar na ponta dos pés é comum em crianças pequenas
Muitas crianças começam a andar na ponta dos pés quando ainda estão aprendendo a andar, especialmente entre os 12 e 18 meses de idade. Esse comportamento é típico em seus primeiros passos, e a maioria das crianças acaba superando essa fase à medida que envelhecem.
2. Autismo e andar na ponta dos pés
Andar na ponta dos pés é um comportamento observado em algumas crianças com Autismo, mas não é um sinal diagnóstico definitivo por si só. No entanto, se esse comportamento persiste além dos primeiros anos ou se está associado a outros sinais de autismo, como dificuldades na comunicação ou interação social e atraso na fala, pode ser prudente consultar um neuropsicólogo e um neuropediatra para uma avaliação mais específica.
3. Razões possíveis para andar na ponta dos pés
– Hipersensibilidade tátil: algumas crianças com autismo têm hipersensibilidade a estímulos táteis nos pés, o que pode levá-las a preferir andar na ponta dos pés para evitar sensações desconfortáveis.
– Morfologia física: em alguns casos, a estrutura física do pé pode influenciar o padrão de andar da criança.
– Hábito: andar na ponta dos pés também pode se tornar um hábito adquirido, mesmo em crianças neurotípicas.
4. Quando buscar ajuda médica?
Se uma criança continua a andar na ponta dos pés após os primeiros anos de vida ou se esse comportamento está acompanhado de outros sinais de alerta, como dificuldades na comunicação ou comportamento social atípico, é recomendado buscar a opinião de um especialista. Uma avaliação multidisciplinar pode ajudar a descartar ou confirmar um diagnóstico de autismo ou outro transtorno do neurodesenvolvimento, ou ainda alguma questão motora.
“Andar na ponta dos pés pode ser um comportamento típico em crianças pequenas, mas se persistir ou estiver associado a outros sinais de autismo, pode ser um indicativo para buscar avaliação. Manter-se informado sobre os sinais de alerta e buscar aconselhamento profissional quando necessário pode ajudar a garantir o melhor desenvolvimento possível para a criança”, conclui a neuropsicóloga Bárbara Calmeto.
Fonte: Neuropsicóloga Bárbara Calmeto, Diretora do Autonomia Instituto.