As Três Fases da Amamentação: a Evolução do Leite Materno

A amamentação é um processo natural e fundamental para o desenvolvimento saudável do bebê. 

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Porém, você sabia que o leite materno não é igual o tempo todo? Ele passa por transformações importantes ao longo dos primeiros meses de vida do bebê para se adaptar às suas necessidades nutricionais e imunológicas. Para nos ajudar a entender melhor essas mudanças, contamos com a orientação da Dra. Juliana Ottolia, ginecologista e obstetra, que explica as três fases do leite materno e como elas são essenciais para o bebê. O Leite Materno não é sempre o mesmo!

O leite materno é, sem dúvida, o alimento mais completo e benéfico para o bebê, mas é importante entender que ele não se mantém constante ao longo do período de amamentação.  Como a Dra. Juliana destaca que​ “o leite materno é um fluido dinâmico, que muda conforme o bebê cresce e suas ” necessidades mudam”. Ele passa por três fases distintas: o colostro, o leite de transição e o  leite maduro. Cada uma delas desempenha um papel crucial no crescimento e desenvolvimento do bebê.Vale ressaltar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, justamente porque, durante esse período, o leite materno está completamente adaptado às necessidades nutricionais do bebê. Além disso, o aleitamento pode ser mantido até os dois anos ou mais, dependendo da necessidade do bebê e da mãe. ​

1ª fase: Colostro O colostro é o primeiro tipo de leite produzido pela mãe logo após o parto. Ele tem uma coloração amarelada ou transparente e é produzido em pequena quantidade, mas é extremamente nutritivo e vital para o bebê. “Apesar de ser produzido em pequenas quantidades, o colostro​ é altamente rico em anticorpos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebê e a protegê-lo contra infecções”, explica Dra. Juliana.Além disso, o colostro tem um efeito llaxante natural que auxilia o bebê a eliminar o mecônio, as primeiras fezes, e a limpar o sistema digestivo. Isso é fundamental, pois ajuda a prevenir a icterícia neonatal e promove uma digestão mais eficiente nos primeiros dias de vida. 

2ª fase: Leite de transição Entre o 6º e o 15º dia após o parto, o leite começa a mudar para o que chamamos de leite de transição. Nessa fase, a produção de leite aumenta significativamente, e a composição também sofre alterações. “O leite de transição é mais rico em gorduras e nutrientes, essenciais para o crescimento e desenvolvimento do bebê”, afirma a Dra. JulianaOttolia. 

Esse aumento na quantidade e qualidade do leite é importante, pois o bebê está começando a crescer mais rápido e, portanto, precisa de mais calorias e nutrientes. O leite de transição ajuda a atender essas novas necessidades nutricionais, preparando o bebê para a próxima fase da amamentação. Com a produção mais abundante de leite, é importante prestar atenção no  vazamento de leite. Nessa situação, o uso de absorventes de seios é fundamental para garantir além de maior conforto, a prevenção de irritações e infecções que podem se tornar prejudiciais para o aleitamento. 

03ª Fase : Leite Maduro – Cerca de 15 dias após o parto, o leite de transição se transforma no leite maduro, que é produzido em maior quantidade e com uma composição ideal para o desenvolvimento do bebê. “O leite maduro é completo, contendo todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento físico e cognitivo do bebê”, explica Dra. Juliana. Nessa fase, o leite materno é equilibrado, contendo proteínas, lipídios, carboidratos, vitaminas e minerais, além de ser uma excelente fonte de imunoglobulinas, que continuam protegendo o bebê de doenças. O leite maduro atende a todas as necessidades nutricionais do bebê e continua a ser a fonte mais adequada de alimentação, até a introdução de alimentos sólidos.Com isso, é de extrema importância lembrar de cuidar da saúde da mãe antes de tudo. Seus hábitos, tanto durante quanto antes do nascimento, influenciam a qualidade do leite oferecido ao bebê. Portanto, é essencial manter uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável antes de iniciar a amamentação. Durante a amamentação, além de continuar com esses bons hábitos, é fundamental cuidar das mamas de forma adequada, utilizando absorventes para os seios, limpando-os sempre que necessário e adotando cuidados que garantam o bem-estar da mãe e do bebê. Além disso, é importante observar qualquer sinal de desconforto ou irritação nas mamas e buscar orientação médica sempre que necessário, utilizando pomadas e produtos que não prejudiquem o processo de amamentação.

Fonte: Dra. Juliana Ottolia, ginecologista e obstetra

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