Asma e rinite: ô bichos chatos!
Não tem mãe que goste de ver o filho doente. Pelo menos nesse mundo acho que não existe. Nariz escorrendo, chiado no peito e falta de ar são sintomas comuns de crianças que sofrem com problemas respiratórios alérgicos, cujos principais vilões têm nomes: asma e rinite.
A rinite é uma inflamação da vias aéreas superiores, isto é, nariz e garganta, e a asma abrange as vias aéreas inferiores, como os brônquios. São inflamações que normalmente estão interligadas; a rinite alérgica é fator importante de desencadeamento da asma.
Pessoas que têm rinite alérgica apresentam três vezes mais riscos de desenvolver asma e cerca de 80% das pessoas que sofrem de asma também têm rinite. A asma é uma alergia respiratória freqüente na infância, sendo comum que a primeira crise apareça antes dos quatro anos de idade.
A asma pode surgir de várias maneiras. Pode ser a partir de uma reação alérgica, emocional, infecções, sinusite e até refluxo esofágico. Já a rinite tem quase sempre sua origem alérgica. Em crianças pequenas, as vias respiratórias são estreitas e delicadas, estando mais sensíveis aos agressores do ambiente.
Infelizmente, a asma e a rinite não têm cura, embora possam ser controladas e minimizadas a partir de tratamento adequado com base no uso de corticóides inalatórios (as famosas bombinhas), além do controle ambiental para evitar o contato das crianças com os agentes desencadeantes das alergias.
As alergias respiratórias acontecem quando o organismo da criança responde de modo exagerado aos estímulos externos, como poeira, ácaros, pêlos de animais, cheiros fortes, ar frio ou poluição. O sistema imunológico agride o próprio corpo, causando quadros inflamatórios.
Narizinho vermelho – Os sintomas da rinite são o nariz entupido (obstrução nasal) e escorrendo (coriza), podendo estar acompanhado de espirros, coceira no nariz e olhos e lacrimejamento. A asma tem como sintoma falta de ar, tosse, chiado no peito, cansaço e falta de apetite.
Essas inflamações aparecem mais em quedas acentuadas de temperatura e quando o ar está seco. Não à toa que no inverno as inflamações são mais freqüentes, sendo que esses fatores ajudam a abaixar a resistência do corpo. Ambientes fechados favorecem a concentração de agentes poluentes.
As alergias respiratórias aparecem geralmente na infância e as crianças que têm histórico familiar de alergia (pais ou pessoas com parentesco próximo) são mais propensas a desenvolver o problema.
Às vezes a rinite e a asma podem ser confundidas com gripe e bronquite respectivamente. A gripe é uma infecção que causa mal estar e febre e os sintomas passam mais rápido que os sintomas da rinite. Já o diagnóstico diferencial entre asma e bronquite é mais difícil.
O ideal é procurar um pediatra para que ele observe a história da criança (quando, como e com que freqüência ocorrem os sintomas). Certamente, o profissional solicitará exames de raio-X de tórax, hemograma e teste de sensibilidade para realizar o diagnóstico.
O tratamento na maioria das vezes é demorado, mas, se levado a sério, garante que as alergias não provoquem doenças mais sérias, entre elas a sinusite ou mesmo alterações crônicas do pulmão.
Dicas
O leite materno, pelo período de no mínimo seis meses, fortalece o sistema imunológico do bebê, prevenindo doenças respiratórias alérgicas.
Ao limpar a casa, não varra, e sim passe pano úmido para não levantar poeira. Carpetes e cortinas são as “residências dos sonhos” dos ácaros. Substitua o carpete por piso de madeira, por exemplo. Já a cortina pode até continuar decorando a casa, desde que esteja sempre limpa.
Retire os bichos de pelúcia do quarto das crianças que acumulam poeira e ácaros, desencadeando alergias. Colchões devem ser virados a cada 15 dias para que não acumule ácaros. As pás dos ventiladores de teto também juntam bastante poeira (parte de cima), já que ficam paradas no inverno. Um paninho úmido já resolve.